‘Psiu’: dias de cão no cinema ameaçam enlouquecer espectadores
Mário Magalhães
O André Barcinski, que já foi correspondente em Los Angeles, desistiu.
O Luis Fernando Verissimo, com toda aquela pinta de discípulo budista, não perdeu a piada, mas perdeu a paciência.
O comportamento primitivo de quem supõe ser o cinema a extensão da sala doméstica está enlouquecendo muita gente.
Quinta-feira passada, sessão noturna de ''Birdman'', sala 1 do Estação Botafogo.
Um barulhinho chato de chamada começa a tocar e a incomodar.
Toca mais, e é chato pra caramba, de fato incômodo.
Até uma espectadora, supondo ser um celular a origem do ruído, apela lá atrás, ''psiu!'', mas não um ''psiu'' bossanoviano, light, e sim um esporro de quem também não aguenta mais.
Até que o plano-sequência do diretor Alejandro González Iñárritu esclarece de onde vem o barulho: era o computador do personagem de Michael Keaton que o alertava para uma chamada, vinda de sua filha, vivida por Emma Stone.
Todo o público riu da moça que bronqueou.
Mas muitos a entenderam.
Está difícil suportar falação, luz de smartphone, chutes na cadeira e outros desrespeitos.