Blog do Mario Magalhaes

Os carrões de Eike e a filósofa do esculacho: pagar multa é coisa de pobre

Mário Magalhães

Seis carros de Eike Batista foram apreendidos neste mês - Foto Divulgação/Polícia Federal

Carros de Eike Batista foram apreendidos neste mês – Foto Divulgação/Polícia Federal

 

Como se sabe, alguns carros do empresário Eike Batista foram apreendidos aqui no Rio no começo de fevereiro pela Polícia Federal. A ordem judicial teve o propósito de assegurar R$ 3 bilhões para o pagamento de eventuais indenizações e multas.

Como se ficou sabendo agora, quatro dos cinco automóveis que vão a leilão depois de amanhã têm dez multas acumuladas, das quais nove vencidas.

Para saldar tudo, o ex-homem X não precisaria ter desembolsado nem mil reais.

O lance mínimo pelo Lamborghini _quem se habilita?_ é de um milhão, seiscentos e vinte mil reais.

O episódio me fez lembrar de um arrazoado veiculado neste verão por uma filósofa ou antropóloga amadora, ou candidata a tal, pelo menos aspirante a humorista.

A intelectual especulou sobre supostas características dos pobres, entre as quais estaria a tara por verificar a pressão arterial.

Mais tarde, a autora informou que se tratava de ironia, e não de esculacho.

Ninguém ou quase ninguém entendeu assim. Vai ver que pobre não entende ironia.

Talvez a ensaísta pudesse ter acrescentado outra mania de pobre: pagar as contas em dia, manter o nome limpo na praça.

Porque, Eike Batista dá o toque, pagar multa de trânsito não é coisa de rico, mas de pobre.

Como diria o Ibrahim, sorry, periferia.

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