Blog do Mario Magalhaes

Adesão a atos de 15 de março mostrará tamanho do movimento pró-impeachment

Mário Magalhães

Passeata pró-impeachment em São Paulo - Foto Eduardo Anizelli/Folhapress

Passeata pró-impeachment em São Paulo – Foto Eduardo Anizelli/Folhapress

 

(Caros leitores, o original deste post continha um erro grave: confundir o domingo 15 de março, quando haverá manifestações pelo impeachment, com o domingo 15 de fevereiro. Abaixo, está corrigido. Peço desculpas pelo erro. MM) 

De manhã e à tarde, em praças, avenidas, parques e praias, no domingo 15 de março manifestantes anti-Dilma Rousseff pedirão o impeachment da presidente da República reeleita em outubro e hoje com menos de um mês e meio de mandato de quatro anos conferido pelas urnas.

Previsões de grandes massas e de meia dúzia de gatos-pingados se espalham.

Tudo chute.

Daqui a pouco mais de um mês, o Brasil saberá o tamanho do movimento que até agora se expressa sobretudo pela internet, território onde pululam convocações para os protestos.

A audiência deve influenciar a atitude tanto do governo quanto da oposição.

Entre os tucanos, três vozes têm maior repercussão: a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e as dos candidatos derrotados ao Planalto e senadores Aécio Neves e José Serra.

''Não é crime'' falar em impeachment, disse Aécio à repórter Daniela Lima. Mas o afastamento ''não está na pauta do PSDB'', ponderou o senador batido por Dilma há menos de quatro meses. (Seu avô Tancredo Neves combateu com valentia as ações pró-impeachment de Getulio Vargas, em 1954, e João Goulart, 1964).

Com atos esvaziados, aderir ao ''fora, Dilma'' seria opção mais arriscada. Com respaldo das multidões, apoiar a derrubada da presidente constitucional vitaminaria o sonho presidencial de Aécio e Serra.

Dilma Rousseff poderá aquilatar se enfrenta uma gritaria típica das torcidas de certos clubes de futebol _pequenas, porém barulhentas_ ou uma mobilização de envergadura.

Uma onda pró-impeachment teria duas reações possíveis: disputar as ruas com os opositores, acusando-os de golpistas (o problema é que a presidente deu as costas a parte da base social que a sufragou); ou dobrar-se mais ainda aos segmentos políticos, em especial o PMDB, e econômicos, vide Joaquim Levy, que a levaram a governar desde janeiro com a agenda pregada por Aécio na campanha.

Se uma multidão aparecer em 15 de março, o poder do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ficará ainda maior.

E chantagens contra Dilma aumentarão.

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