Gastando sola (3): cinema esquece a luz acesa
Mário Magalhães
Antes que alguém exclame ''bem feito'', esclareço que a paternidade tem desses sacrifícios.
O filme da sessão do domingo à tarde _saudade até do Campeonato Brasileiro_ era ''Jogos vorazes – A esperança – Parte 1'' (é claro que acabo de recorrer ao Google para saber o título).
Na tela, falavam uma língua que lembrava o inglês, e as legendas tinham certo parentesco com o português _entendi pouca coisa. Quem mandou não ter visto os dois primeiros episódios…
O de ontem constitui o incrível caso de filme de ação e aventura em que nada acontece, até os dez ou quinze minutos finais.
Mas o risco é por conta do freguês, e a provação é mesmo dessas que suportamos pelos filhos.
Indesculpável é o serviço que tantos cinemas oferecem, a despeito dos preços salgados como algumas pipocas.
O Cinemark Botafogo passou trailers por cravados 16 minutos. Overdose de abuso.
Não é novidade.
O pior foi que o filme começou e, por muitos e muitos minutos, as luzes continuaram acesas.
Houve gritos, mas o escuro só veio quando algumas pessoas saíram da sala de exibição para protestar.
Aí, enfim, eu pude dormir em paz.