Gastando sola (1): o metrô do Rio como ele é
Mário Magalhães
Sexta-feira, fim de tarde, comecinho de noite, praça General Osório, em Ipanema.
Os milhares de passageiros que chegam à estação terminal da linha 1 do metrô a encontram fechada. Os seguranças do metrô informam que houve ''problemas técnicos''. Quem quiser que caminhe até a estação Cantagalo, em Copacabana, a mais de um quilômetro.
Ou seja: quem ia para Ipanema não chegou, e quem de lá pretendia partir não partiu.
Como pegar táxi (e a maioria nem pode…) em meio ao engarrafamento de véspera de fim de semana equivaleria a masoquismo, caminhei até Copacabana.
Outra modalidade masoquista: enfrentar o calor torturante.
Na estação Cantagalo, o esquema era o seguinte: em vez de o trem seguir a viagem normal para outros bairros da zona sul, Centro, e daí por diante, seria obrigatório saltar na estação Siqueira Campos, em Copacabana.
Até aí, vá lá que gastando mais em manutenção talvez esse tipo de problema pudesse ser menos frequente, é do jogo.
O inacreditável é que na mudança compulsória de plataforma na estação Siqueira Campos a escada rolante estava parada. Para quem tem fôlego, tudo bem. Mas Copacabana é o bairro dos mais velhos, das maiores concentrações de idosos do país.
Muitos não conseguiram encarar a escada estática, e ninguém do metrô, em meio ao caos, lhes informava o caminho para o elevador.
Este é o metrô do Rio, cuja concessionária é boa amiga do governo estadual.