Blog do Mario Magalhaes

Canções da discórdia ficam fora de CD ‘Fagner & Zé Ramalho ao vivo’

Mário Magalhães

Zé Ramalho (à esq.) e Fagner durante entrevista, no Rio

Os vizinhos de prédio Zé Ramalho e Fagner, no Rio – Foto Ricardo Borges/Folhapress

 

Ótima notícia para quem teve ou não a chance de assistir ao show de gravação, no finzinho de julho, no Theatro Net Rio (o antigo Tereza Rachel): saiu o CD (e também o DVD) ''Fagner & Zé Ramalho ao vivo''.

Comprei-o na internet e recebi em casa, tudo por menos de 20 pratas.

São 17 composições inspiradas, muitas delas clássicos da música brasileira, algumas expressão de genialidade.

Os cabras têm a companhia, no palco, de feras como Mingo Araújo e Manassés. Nas letras brilhantes, de Fausto Nilo e Abel Silva.

Há a parceria de Belchior com Fagner, ''Mucuripe''.

O disco ficou uma maravilha, mas poderia ser ainda melhor.

Ficaram de fora duas canções cantadas na noite de 30 de julho, o segundo espetáculo _o registro foi feito também na véspera.

Zé Ramalho levantou a plateia com ''Avohai'', e Fagner, em seguida, com ''Borbulhas de amor''.

Quando Fagner atacou com ''Borbulhas…'', Zé Ramalho se retirou do palco.

A repórter Maria Fortuna, da coluna ''Gente Boa'', esclareceu o que se passara. Eis o que Fagner lhe contou:

“'Eu e Zé somos amigos de longa data e sabemos que somos pavio curto. Situações como essa eram previsíveis e praticamente faziam parte do roteiro. Numa gravação de DVD, o público fica refém dos caprichos da produção e de artistas, achei mais que justo tocar as músicas pedidas por eles, como ‘Avohai’ e ‘Borbulhas de amor’, mesmo não estando no script', diz. Segundo Fagner, 'Zé saiu porque não tinha ensaiado ‘Borbulhas de amor’. Não vejo problema, afinal a canção não estava no repertório'”.

Ou seja, as duas canções não estavam previstas, e acabaram tocadas a pedido do público (verdade, sou testemunha). Como Zé cantou um hit, Fagner também emplacou um seu.

Zé abandonou o palco, de vez, sem se despedir, pois as músicas planejadas já tinham sido interpretadas e gravadas.

Para quem é fã dos dois, eis a frustração: ''Avohai'' e ''Borbulhas de amor'', momentos quentes da apresentação ao vivo, bem que poderiam estar no CD.

Passando por cima, para empregar a palavra do grande Fagner, de ''caprichos da produção e de artistas''.

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