Só mico: ficou difícil, aqui no Rio, provocar a torcida alheia
Mário Magalhães
Para uma sexta-feira imprensada entre o feriado da véspera e o fim de semana, até que esta não mudou tanto o cenário do Centro do Rio, região que aqui chamamos de Cidade. Muita gente, a maioria, não teve como enforcar o trabalho, e as ruas estão cheias.
A diferença hoje é que nenhuma torcida ficou à vontade para tripudiar sobre os rivais.
De um lado, os rotos; de outro, os esfarrapados.
No começo da noite da quarta-feira, o Botafogo perdeu em casa, se o estádio de São Januário pode ser qualificado assim. Figueirense 1 a 0. O alvinegro carioca respira por aparelhos, e aparelhos tão confiáveis quanto o dia de pagamento de salário no clube ou o Jobson cobrando pênalti. Só um milagre o salva da segundona.
Mais tarde, o Flamengo caiu outra vez diante do Galo, 4 a 0. A maior nação futebolística do país termina o ano amargando a mediocridade: nem cai, nem sobe, como se seu time fosse café-com-leite no Campeonato Brasileiro.
O Fluminense, que sonhava com uma vaga na Libertadores, também levou quatro. Mas não em viagem, e sim no Maracanã, ontem à noite. Não contra o virtuoso Atlético, mas a fraquinha Chapecoense, 1 a 4.
Os vascaínos, que no sábado lotarão o Maracanã e vêm de vitória (3 a 1 no Vila Nova), talvez pensem em gozar os adversários. Mas é melhor refletir bem, porque nem na série A estão _ainda.
Futebol, sem sacanear o outro, perde um pouco a graça.
Triste fim de ano o nosso aqui no Rio.