Blog do Mario Magalhaes

Rio: nesta 4ª-feira, Isabel Clemente lança ‘A pior mãe do mundo’

Mário Magalhães

A pior mãe do mundo, de Isabel Clemente (Foto: Reprodução)

 

É claro que a jornalista Isabel Clemente não é a pior mãe do mundo, apesar da sacada brincalhona do título do seu livro de estreia.

Ela é uma das mães, contadas aos bilhões, que já se sentiram assim.

E com certeza é uma das melhores ao transformar prazeres e perrengues da vida com os filhos _no caso dela, filhas_ nas crônicas saborosas e viciantes que nos habituamos a ler no site da revista ''Época''.

Nesta quarta-feira, 22 de outubro, Isabel lança ''A pior mãe do mundo: Uma biografia não autorizada de todos nós''.

Na Livraria da Travessa, em Botafogo, a partir das 18h30.

O livro reúne tanto textos inéditos quanto alguns veiculados na ''Época''.

A cronista Isabel Clemente é a porção mais talentosa da talentosíssima jornalista que Isabel é, moça que sabe tudo de economia e negócios.

E que tem como uma das mais notáveis virtudes escrever não somente para as mães, mas também para os pais, esses coitados de quem ninguém se lembra na hora de evocar as vicissitudes da criação e da convivência com as crias.

Assim abre a primeira crônica de ''A pior mãe do mundo'':

''Eu não assisti a grandes sucessos na televisão. Perdi 'Avenida Brasil'. Vi filmes ganhadores do Oscar quando chegaram à prateleira das promoções do videoclube. Deixei de ler livros muito comentados e interrompi leituras. Não acompanhei grandes revoluções tecnológicas nem aderi à última das redes sociais. Também deixei de sair em várias fotos e tem e-mail a que ainda não respondi. Nunca pego a liquidação da minha loja favorita. Não fui a aniversários; perdi diversas comemorações; dei uma desculpa qualquer para não aparecer; não compareci ao chope da galera. Não revelei fotos. Como prato frio e não é o da vingança. Não pude prestigiar gente querida. Recusei convites irrecusáveis e também deixei o celular tocar sem responder. Reduzi a frequência das minhas viagens e da minha malhação. Encurtei minha passagem por lugares alegres só para voltar rápido para casa. Saí sem me despedir e fiz 'forfait' sem querer. Dormi menos. Tive que ver no replay os gols de algumas Copas.

Onde eu estava?

Procurando as regras de um joguinho. Brincando com um morcego de borracha e uma tartaruga de plástico. Colorindo com giz de cera. Montando lego e mandando as crianças guardarem os brinquedos. Também poderia estar interpretando um fantoche e coçando as costas de alguém. Quem sabe eu estivesse simplesmente cansada em casa, ou sentada ouvindo uma história sem pé nem cabeça, ou apartando uma briga. Ou amamentando (…)''.

Impossível não ir até o fim, nem que seja entre uma reunião de pais na creche (argh!) ou pegando filha tarde da noite do sábado, único dia em que teria dado para ir ao cinema.

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Abaixo, reproduzo o release da editora 5W:

A pior mãe do mundo: uma biografia não autorizada de todos nós

Livro conta com leveza as mancadas, os acertos e as delícias de criar filhos

“Você sabe como pensa e age a pior mãe do mundo? A pior mãe do mundo é, antes de tudo, uma chata, porque chama à reflexão. Ela aprendeu desde muito cedo que a realização de sonhos inclui o caminho trilhado.Talvez por esse motivo ela não confie no sistema de trocas. Que lição passaremos para nossos filhos ao ensinar-lhes que a vida segue este padrão? Pode ser que não haja recompensas no final. Quem vive em função de uma linha de chegada não curte a caminhada.”

No próximo dia 22 de outubro acontece o lançamento do livro A pior mãe do mundo: uma biografia não autorizada de todos nós, na Livraria da Travessa de Botafogo. A jornalista e colunista da revista Época Isabel Clemente conta, de forma bem-humorada, os desafios de uma família com filhos pequenos. Escritas no intervalo da loucura, na paz da madrugada e às vezes com crianças bisbilhotando por baixo da mesa, as crônicas traduzem as belezas e dificuldades do processo de educar e expõem, de forma muito sincera, as dúvidas que mães e pais possuem. Do olhar da autora não escapa quase nada:

 

– Mamãe, eu também preciso cuidar da minha vida às vezes. Você entende, né?

Carolina, aos 5 anos

 

– Chega para lá, Letícia, que eu vou deitar aqui para você fazer cafuné em mim.

– Tá, mamãe, mas não devia ser ao contrário?

Letícia, aos 6 anos

 

Nas palavras de Karen Acioly, autora do prefácio, “ser mãe é, definitivamente, olhar de frente para as nossas imperfeições”. A pior mãe do mundo é verdadeiro e comovente, porque nada poderia ser mais humano do que o compromisso gerado pela mais nobre das missões: educar os filhos.

 

ISABEL CLEMENTE tem 41 anos, é carioca, jornalista e mora no Rio de Janeiro. Trabalha na revista Época como editora na sucursal do Rio. Desde 2013, assina uma coluna sobre família no site da revista.  A pior mãe do mundo: uma biografia não autorizada de todos nós é seu primeiro livro.