Blog do Mario Magalhaes

No Dia da Criança, ‘nova política’ de Marina caducou

Mário Magalhães

Seria constrangedor uma propalada ''nova política'' se aninhar no ninho que tem entre seus aliados José Sarney, Fernando Collor e Renan Calheiros.

É o ninho de Dilma Rousseff.

Idem se alinhar à artilharia que conta com próceres como Antonio Carlos Magalhães Neto e José Agripino Maia.

É a tropa de Aécio Neves.

A pregação de Marina Silva já parecia precocemente desbotada devido a companhias como Heráclito Fortes e a família Bornhausen, no primeiro turno presidencial.

Desbotou de vez com o anúncio dominical de apoio a Aécio. A não ser que se apague da memória a retórica recente e histórica da ex-senadora.

Marina martelou contra a polarização PT-PSDB, de fato longeva demais.

Contra a polarização, aderiu a um polo.

Na condição de senadora e opositora, criticava à exaustão o governo Fernando Henrique Cardoso como obstáculo ao avanço nacional.

Agora, fecha com FHC, por sinal o presidente que tinha Renan Calheiros como ministro da Justiça.

No discurso de ontem, Marina condenou as ''velhas alianças pragmáticas desqualificadas''.

A candidata derrotada ao Planalto, na ''discussão programática'' com Aécio, reivindicou que ele abandonasse a bandeira da redução da maioridade penal. Ele se recusou a aceitar o pedido. E ela aceitou apoiá-lo. Seria isso ''aliança programática qualificada''?

No Dia da Criança, quem diria, Marina chancelou o postulante ao Planalto que patrocina a redução da maioridade penal.

Certa ou errada, Marina passou a vida apontando o PSDB como atraso. Quem mudou, o tucanato ou ela?

Dizer uma coisa e fazer outra é o ''novo''?

No começo, a miragem da ''nova política'' entusiasmou milhões de brasileiros.

No final, Marina acaba no mesmo palanque de Jair Bolsonaro, Marco Feliciano, Silas Malafaia e Clube Militar.

Ainda de fraldas, a ''nova política'' já caducou.

( O blog está no Facebook e no Twitter )