Direita se une e esquerda se divide no 2º turno
Mário Magalhães
Há coisas ainda mais previsíveis que os vacilos defensivos do João Paulo no Flamengo (mas o lateral ataca bem): na hora do vamos-ver, a direita se une, e a esquerda se divide.
Como demonstra, uma vez mais, a campanha do segundo turno para a Presidência da República.
No primeiro, pelearam por brigadas diferentes Levy Fidelix, Clube Militar, José Maria Eymael, Marco Feliciano, Pastor Everaldo, Silas Malafaia, Luis Carlos Heinze, Jair Bolsonaro mais uma turma grande da direita.
Certos ou errados, hoje estão todos com Aécio Neves.
Na rodada inicial, estiveram em bivaques distintos Luciana Genro, Jorge Furtado, Mauro Iasi, Marcelo Freixo, José Maria de Almeida, Jean Willys, Rui Costa Pimenta e outra turma grande da esquerda.
Pois o cineasta Jorge Furtado continua com Dilma Rousseff, que agora tem também o apoio de Marcelo Freixo e Jean Willys.
Certos ou errados, Mauro Iasi e Zé Maria vão anular o voto, como deve fazer Pimenta _os três concorreram ao Planalto. Não identificam, para os trabalhadores, contrastes entre a ex-guerrilheira e o candidato predileto da Bolsa de Valores que justifiquem o sufrágio na presidente.
Certa ou errada, Luciana Genro, também candidata, foi a porta-voz da opinião ''nenhum voto em Aécio'', que admite Dilma, nulo ou branco.
O de sempre: a direita batalha unida; a esquerda, separada. Tão separada que muitos dos seus militantes dizem que parte da esquerda nem esquerda é.
As consequências de tal comportamento são historicamente conhecidas, para o bem e para o mal, dependendo de como cada um vê o mundo.