Vínculo com a Igreja Universal faz de Crivella zebra tipo goleada de 14 a 1
Mário Magalhães
Só uma zebra monumental, da dimensão de 14 a 1, e não de 7 a 1, impedirá Luiz Fernando Pezão (PMDB) de ser reeleito governador do Rio.
O sucessor e apadrinhado do ex-governador Sérgio Cabral enfrentará no segundo turno o senador Marcelo Crivella (PRB), candidato, para Pezão, caído dos céus.
Nos últimos anos, o ex-ministro da Pesca reduziu sua histórica rejeição derivada da carreira na Igreja Universal do Reino de Deus, da qual é bispo licenciado.
O vínculo religioso e familiar será apontado pela campanha do postulante à reeleição, mesmo que não pela boca do governador. Crivella é sobrinho do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal.
Aqui não trato de méritos e deméritos da Iurd, mas da percepção que ampla parcela do eleitorado tem daquela igreja.
A passagem de Crivella para o segundo turno constituiu imensa surpresa. Nas reta final da campanha do primeiro turno, ele praticamente não ganhou votos. Seus votos válidos nas urnas equivalem aos que um mês antes os institutos de opinião já indicavam.
O senador passou ao mata-mata devido à desidratação de Anthony Garotinho (PR). A rejeição ao antigo governador disparou. Ele não perdeu muitos votos para Crivella, Lindberg Farias (PT) ou Tarcísio Motta (PSOL), e sim para Pezão.
Crivella já recebeu o apoio público de Garotinho, e o de Lindberg é provável.
Mas quando começarem a circular com mais intensidade vídeos sobre a Universal e barbaridades primitivas ditas pelo senador sobre, por exemplo, homossexualidade, ele diminuirá politicamente de tamanho, facilitando Pezão.
Se isso não ocorrer, o assombro será muito maior que o dos 7 a 1.