Campeões das urnas: Bolsonaro vai de Aécio, e Freixo vota em Dilma
Mário Magalhães
O cenário do segundo turno da eleição presidencial vai se desenhando.
Campeão de votos para deputado federal no Rio, Jair Bolsonaro (PP) sufragará Aécio Neves (PSDB).
Primeiro colocado entre os candidatos à Assembleia, Marcelo Freixo (PSOL) vai de Dilma Rousseff (PT).
Em entrevista ao jornal ''O Globo'', os bambambãs das urnas no Estado justificaram as escolhas.
Bolsonaro, que fala em concorrer à Presidência em 2018, para ser ''a direita mostrando a sua cara'' (leia aqui): ''Mesmo que ele não queira, voto no Aécio. O grande mal do Brasil é o PT. Se Dilma conseguir a reeleição, não fugiremos de uma ida para Cuba sem escala na Venezuela. É um governo que se preocupa em caluniar as Forças Armadas 24 horas por dia''.
O eleitor do senador tucano acrescentou: ''Uma cafetina resolve fazer sua biografia. Escolheu sete prostitutas para realizá-la. No final, a conclusão das prostitutas é de que a cafetina deveria ser canonizada. Essa é a Comissão da Verdade da Dilma. Não estou chamando ninguém de cafetina ou prostituta. É uma hipérbole''.
Freixo, provável candidato à Prefeitura do Rio em 2016, afirmou (aqui): ''Declarei voto na Dilma. Mas a decisão (de fazer campanha) cabe ao partido em suas instâncias. O retorno dos tucanos com o Aécio Neves é um retrocesso. Não tenho saudade dos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Os funcionários públicos ficaram sem reajuste. Houve uma política brutal e violenta sobre os movimentos sociais. Mesmo com divergências públicas com o PT, o segundo turno serve para isso: votar em quem você considera que possa derrotar um projeto ainda pior''.
Se as opções de Bolsonaro e Freixo, ambos reeleitos a cargos que já exercem, não constituem surpresas, nada é preto no branco.
Capitão do Exército fora do serviço ativo, Bolsonaro é um entusiasta da ditadura (1964-1985).
Mas o então jovem Aécio, na trilha do seu avô Tancredo Neves, foi um opositor daquele regime.
O que não impede que os simpatizantes da ditadura, inclusive nas Forças Armadas, apoiem em peso o representante do PSDB.
Marcelo Freixo, para resumir, tem pendurado em seu gabinete um quadro mostrando o guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969).
Mas seu alinhamento não é automático com Dilma. Como tantos companheiros de partido, ele deixou o PT acusando a agremiação de Lula de ter abandonado as bandeiras históricas da esquerda. No primeiro turno, votou na correligionária Luciana Genro.