Mistérios do jornalismo: Campos era tão bom e Marina é tão ruim assim?
Mário Magalhães
Uma observação preliminar: é não apenas legítimo como recomendável que o jornalismo escrutine com mais disposição ainda os candidatos presidenciais com chances maiores de chegar ao Planalto ou nele permanecer.
Por isso, é bem-vinda a cobertura mais sistemática e jornalisticamente ambiciosa das propostas e da campanha de Marina Silva (PSB), hoje favorita para vencer o pleito.
O que eu não consigo entender são dois fenômenos, que se combinam ou se contradizem:
1) se o falecido candidato Eduardo Campos (PSB) tinha tantas virtudes, por que o jornalismo não as alardeou enquanto ele vivia? Era segredo?;
2) será que Marina Silva, ex-vice da chapa de Eduardo e sua sucessora, merece um retrato tão desequilibrado como o que está sendo pintado? Se ela apresenta na essência as mesmas propostas de Eduardo, ou o programa do antigo governador de Pernambuco não era essa Coca-Cola toda ou passou a ser avaliado de modo diferente de acordo com seu porta-voz mais autorizado, que é o candidato à Presidência.
Talvez Campos não fosse tão bom, nem Marina seja tão ruim assim.