Por Mauricio Puls: Dilma cai nas pesquisas, mas oposição é débil
Mário Magalhães
O jornalista e sociólogo Mauricio Puls publicou sábado na ''Folha'' um artigo com a inteligência a que nos habituamos em seus textos.
Puls chama a atenção para um fenômeno curioso: Dilma Rousseff, candidata à reeleição, caiu de 58% para 36% da intenção de voto de março de 2013 para cá.
Seus concorrentes, contudo, não se beneficiaram da queda da líder.
Vale a leitura:
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Sem rumo
Por Mauricio Puls
O aspecto mais notável do presente cenário eleitoral não é a debilidade da presidente nas pesquisas, e sim a da oposição. Seria razoável esperar que, numa conjuntura difícil, seus adversários estivessem numa situação mais favorável.
Na última pesquisa Datafolha, os candidatos do PSDB, PSB e PSC tinham 31% das intenções de voto. É pouco. Nesta etapa da campanha, três opositores reuniam 48% das intenções de voto em 2010, 39% em 2006, 39% em 1998, 46% em 1994. Em todas essas eleições, a oposição estava melhor nesta altura da disputa. Em todas o Planalto venceu.
Em que ocasiões o governo perdeu? Em 1989, quando três antagonistas somavam 62% das intenções de voto; e em 2002, quando possuíam 72%.
A oposição nunca teve um desempenho tão ruim como agora, apesar das condições adversas a Dilma: três quartos dos eleitores desejam mudanças, mas a maioria não se anima com os nomes disponíveis.