Elenco limita Luxa no Fla lanterna
Mário Magalhães
Lanterninha, aqui me tens de regresso, canta o Flamengo depois da derrota dominical de 1 a 0 para a Chapecoense.
Em 13 partidas, o time carioca só venceu duas, uma delas domingo passado, na estreia do seu terceiro técnico no Campeonato Brasileiro, Vanderlei Luxemburgo.
O treinador tentou reeditar a armação bem sucedida no triunfo contra o Botafogo, mas as ausências dos suspensos Léo Moura e Cáceres sabotou suas pretensões.
O desempenho caiu, sobretudo no ataque, de uma timidez maior que a do colorado Luis Fernando Verissimo.
O problema não foi apenas substituir os veteranos. A dificuldade maior do Flamengo é permanente: o elenco medíocre.
Não venham, vos imploro, alegar que isso acontece devido a orçamento enxugado. Só um incauto suporia que a folha da Gávea e do Ninho do Urubu é menor que a do pessoal de Chapecó.
Com o afastamento do goleiro Felipe, em péssimo momento, entrou Paulo Victor. Tinha mesmo que entrar, contudo falhou hoje, no gol de Rafael Lima aos 7 min do primeiro tempo. O sol atrapalhou, mas por que não tratou de se prevenir, usando um boné ou outra proteção?
No lugar de Léo Moura, o volante Luiz Antônio foi recuado para a lateral direita, como em outras oportunidades. Não deu certo, porque ele não tem cacoete de lateral ou ala. Abre-se mão de avançar por seu lado. O time fica mais previsível e anêmico.
A zaga foi o melhor hoje, com Marcelo, pela direita, e Wallace, com a braçadeira de capitão, oferecendo segurança.
Na lateral esquerda, a saída de André Santos trouxe o benefício da escalação com 11 _o Flamengo estava entrando em campo com dez jogadores. Mas João Paulo é limitado, a cara do elenco mediano.
Com o desafio de fazer o que Cáceres e Luiz Antônio fizeram no jogo anterior, Muralha e Canteros se mostraram fracos. Se o padrão dos titulares já não é alto, imagine o do banco.
Paulinho, contundido, não é nenhuma maravilha. Porém, o eterno promissor Gabriel não engrena. Foi péssimo agora há pouco.
Mugni tem boa técnica, luta sem parar, mas não exibe futebol para resolver sozinho.
Éverton foi discreto como meia-atacante. Melhorou muito ao ocupar o posto de João Paulo na lateral esquerda, a partir de onde logrou ações mais perigosas à frente.
Alecsandro é um solitário, mas desperdiçou três boas chances que lhe criaram. Talvez o atacante seja a síntese do Flamengo. Ele era reserva no Atlético-MG, e no rubro-negro é titular de carteirinha. Em terra de cego…
Por que o passeio pelo chamado ''grupo''?
Porque, sem inventar, Vanderlei Luxemburgo vai tentando tornar a equipe mais competitiva. Brabo é executar seus planos, mesmo sem maiores ambições, com recursos tão escassos. Terá de apostar em Eduardo da Silva à frente e Éverton de lateral.
A torcida da casa também cantou e gritou hoje, tripudiando sobre os visitantes lanternas: ''Ão, ão, ão, segunda divisão…''.