O paradoxo alemão
Mário Magalhães
A Copa do Mundo não ouvirá mais a Marselhesa.
O futebol mais exuberante apresentado até as oitavas-de-final vai embora.
A França se despediu hoje, ao perder por 1 a 0 para a Alemanha, gol do zagueiraço Hummels aos 11 min da etapa inicial.
Os alemães estão nas semifinais, quando enfrentarão o vencedor de Brasil x Colômbia.
Eis o paradoxo: ninguém, suspeito, gostaria de encarar o time de Joachim Löw, pelo conjunto, elenco, intensidade e espírito de competição, porém a Alemanha não é até agora o supertime que se esperava.
Nem a equipe megaeficiente cantada antes do Mundial.
Ou a Alemáquina sugerida pela goleada de 4 a 0 sobre Portugal na estreia.
Os alemães vencem, mas não entusiasmam.
São fortíssimos candidatos ao título, mas frustram expectativas de show.
Seu futebol mais pragmático que deslumbrante fez com que os franceses não conseguissem desenvolver o jogo vistoso das quatro partidas anteriores.
Nem sufoco da França houve no mata-mata no Maracanã.
A Alemanha melhorou em relação às oitavas, fase em que só na prorrogação bateu a Argélia.
Lahm deixou de ser o primeiro volante e regressou à lateral-direita. Saiu Mertesacker da zaga, onde atuaram dois jogadores, Hummels e Boateng.
Na frente, o meia-atacante Götze deu lugar ao centroavante Klose, que não viu a bola, até sair no segundo tempo.
A Alemanha não parece um bicho-papão, mas é muito forte.
Vem aí uma grande semifinal.