Exibição de campeão
Mário Magalhães
Em quatro triunfos em quatro jogos, a Colômbia tinha feito 11 gols (quase três por partida) e sofrido dois (0,5 por confronto).
A seleção brasileira acaba de derrotar a colombiana por 2 a 1.
Poderia ter sido por mais: o Brasil desperdiçou muitas chances e concedeu poucas.
Foi a melhor atuação do time na Copa, especialmente na etapa inicial, quando dominou quase sem sustos.
Acabou sofrendo até o fim devido a um vacilo defensivo que resultou no pênalti de Júlio César em Bacca. Aos 34 min do segundo tempo, James Rodríguez converteu.
Thiago Silva abrira o placar aos 6 min do primeiro tempo, e, de falta, David Luiz ampliara aos 23 min do segundo. Os zagueiros definiram.
Uma exibição de campeão, mas é preciso enfatizar o que isso significa.
Se a equipe de Felipão mantiver o padrão, é forte candidata ao título.
O problema é que a Alemanha, ao anular a França no 1 a 0 mais cedo, também teve, repetindo de propósito as palavras, exibição de campeão.
Na semifinal, só passará um, para manter o sonho da conquista.
Com acúmulo de cartões amarelos, Thiago Silva não poderá jogar. Criticado pelo choro no mata-mata contra o Chile, o zagueiro do PSG brilhou hoje no Castelão.
A imagem é rude, mas talvez um gaudério resumisse assim o progresso mais evidente da seleção do técnico de Passo Fundo: até as oitavas-de-final, nossos jogadores pareciam bois no pasto. Quem já viu sabe: ficam espalhados, cada um num canto.
Hoje, nas quartas, transformaram-se em bando de capivaras, que andam agrupadas.
A entrada de Maicon no lugar de Daniel Alves, desde o início, melhorou o time na defesa e no ataque.
Com a suspensão de Luiz Gustavo, que faz boa Copa, Fernandinho e Paulinho formaram uma parelha de volantes muito eficiente.
Neymar não esteve em seus melhores dias, até sair contundido, após levar joelhada nas costas.
Fred continua sem incomodar muito as defesas adversárias.
A superioridade do Brasil confirma o caráter conservador dos Mundiais: os times com tradição costumam mostrar mais autoridade.
Camisa pesa.
Entre Brasil e Alemanha, a camisa não decidirá.
Tomara que a seleção não desperdice tantas chances como hoje e liquide os alemães quando elas forem criadas.