Maradona é melhor do que Pelé? Pois Messi é melhor que Maradona
Mário Magalhães
( O blog está no Facebook e no Twitter )
O futebol nos oferece tempos generosos nesta Copa.
Messi e Neymar, exuberantes, protagonizam uma era luminosa do jogo. Estão demais, arrepiam, comovem.
Na vitória da Argentina por 3 a 2 sobre a Nigéria, Messi marcou dois, chegando a quatro na competição.
É co-artilheiro ao lado de quem? De Neymar.
Os argentinos cantam ''Maradona é melhor que Pelé''.
Divirjo, mas não me debruço sobre a desinteligência.
O julgamento é menos opinião ou provocação. É dogma dos que dizem ''che''.
Outra convicção, minha, é que Messi é mais completo que Maradona foi, por mais relativa que seja a comparação de futebolistas de épocas diferentes.
Não foi decisivo para um título, como o ''Deus'' que levou nossos vizinhos ao triunfo no Mundial de 86.
Mas, sem Messi, talvez sua seleção não tivesse nem alcançado as oitavas-de-final em 2014.
E em primeiro lugar no grupo F, com 100% de aproveitamento.
Messi anotou nas três partidas, salvando os seus.
A despeito dos gols cinematográficos de Maradona, a coleção de tentos espetaculares do atual camisa 10 é maior.
Coletivamente, ele é mais útil, que o digam seus companheiros do Barcelona.
Curioso: os argentinos aclamam Diego maior que Pelé, mas se recusam a aceitar que Messi seja mais completo e brilhante que Maradona.
A propósito: Pelé e Neymar, Maradona e Messi, não são apenas craques. São gênios do futebol.
Messi é o mais tímido dos quatro, o que talvez não contribua para que seus conterrâneos o adotem como o número 1.
Além de ter partido muito cedo para a Catalunha e tudo o que todo mundo sabe.
Tantos eram os argentinos no Beira-Rio, que a equipe do técnico Sabella pelejou ''em casa'' hoje em Porto Alegre.
E que jogaço, um dos melhores da Copa.
Duas equipes fortes de ataque e frágeis de defesa.
No primeiro tempo, depois de chute de Di María na trave, Messi encheu o pé no rebote, fazendo 1 a 0 logo aos 2 min.
Um minuto depois, a Nigéria empatou, com Musa.
Confirmando a impressão de boa forma física, Messi correu muito; bateu falta, cruzando a bola; cobrou escanteio; e bateu falta para o goleiro Enyeama espalmar para córner.
Até que pouco antes do intervalo ele arrancou com a bola e foi derrubado. Cobrou certeiro, sem que o goleiro nigeriano nem se mexesse. 2 a 1 para Messi, ou para a Argentina, na espécie de final da chave.
Lavezzi já estava em campo, no lugar de Agüero, que saiu contundido aos 36 min. Foi superior ao titular.
A segunda etapa começou como a primeira, dois gols na largada.
Musa empatou a 1 min, em novo vacilo defensivo argentino.
Mas aos 4 min Lavezzi cobrou escanteio, e Rojo desempatou, 3 a 2.
Em seguida, Messi deixou Higuaín na cara do gol, mas o atacante desperdiçou.
Aos 17 min, Messi, aparentemente poupado, deu lugar a Alvarez.
De pé, o público do Beira-Rio aclamou o gênio sem carisma que é melhor que Maradona.