Mesmo garfado, o vira-lata virou cachorro grande
Mário Magalhães
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Até o início da Copa, estávamos assim combinados: na chave D, o temível grupo da morte, a Costa Rica seria tanto sparring quanto decisiva.
Sparring devido à enorme diferença de tamanho com as outras três seleções com que competia, todas campeãs: Itália (tetra), Uruguai (bi) e Inglaterra (uma vez).
E decisiva não por seus méritos, mas pelas fragilidades: o saldo obtido nas previsíveis goleadas contra os centro-americanos talvez definisse a passagem para as oitavas-de-final.
É só a quarta Copa da Costa Rica, muito atrás no ranking da Fifa, comparada aos contendores.
Depois da merecida vitória de 1 a 0 agora há pouco sobre a Itália, a Costa Rica está classificada para as oitavas. Até agora, como líder do grupo, com 100% de aproveitamento.
A Inglaterra, tremam os gramados, foi matematicamente eliminada!
Na terceira rodada, Uruguai e Itália se confrontarão em mata-mata, com empate favorecendo os europeus.
A Costa Rica era o vira-lata. Virou cachorro grande. Ganhou apesar de erro grave da arbitragem que não assinalou um pênalti.
Quando Davi derrota Golias, o futebol se engrandece ainda mais.
Com desempenho sofrível, a Itália não engrenou.
Sua primeira grande chance veio aos 30 min do primeiro tempo, quando Balotelli desperdiçou lançamento magistral, de dezenas de metros, de Pirlo.
Dois minutos depois, da entrada da área, o atacante italiano chutou forte, e Navas defendeu.
Pirlo lançava, passava, fazia corta-luz, buscava reger o time, mas o espetáculo da estreia sobre os ingleses parecia ter ocorrido muitas Copas antes.
Desde o começo da partida, a Costa Rica mostrou que a vitória de 3 a 1 sobre o Uruguai não havia sido acidente. Segura na defesa, organizada no meio e insinuante no ataque, pareceu mais segura que a consagrada oponente.
Aos 41 min, acumulava quatro escanteios, contra um da Itália.
A essa altura, Duarte quase marcou de cabeça.
Então, o árbitro chileno Enrique Osses, escândalo, ignorou pênalti de Chiellini sobre o bom atacante Campbell.
Não é que Chiellini tenha somente derrubado o costa-riquenho. Ele o abalroou.
Uma tremenda garfada.
Como se os deuses do futebol quisessem corrigir a injustiça, aos 43 min Díaz cruzou, e Ruiz marcou de cabeça.
A bola passou pouco da linha, mas o sistema de imagens introduzido pela Fifa deu ao árbitro a certeza de que era mesmo gol. 1 a 0.
Para a segunda etapa, a Itália voltou sem Thiago Motta e com Cassano. Perdeu um dos três volantes e passou de um atacante para dois.
Aos 11 min, Candreva deu lugar a Insigne. Menos um no meio e um a mais no ataque, agora com três jogadores.
Os italianos foram à frente, mas logo o futebol solidário dos costa-riquenhos acalmou o jogo.
A Itália somou mais impedimentos do que boas chances.
Aos 46 min, a Costa Rica quase aumentou.
Jogão na Arena Pernambuco, mais um na Copa.