O salto alto dos belgas
Mário Magalhães
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De tão proclamada como candidata a grande surpresa da Copa, a seleção da Bélgica passou o primeiro tempo contra a Argélia como se desfilasse feito campeã. De salto alto, não jogou nada e foi para o intervalo perdendo por 1 a 0 para a brava e retrancada equipe do norte da África.
Com as estrelas Kompany, Courtois e Hazard, os belgas regressaram para etapa final conscientes de que é preciso jogar antes de celebrar. Dispensaram o salto agulha, jogaram para valer e viraram para 2 a 1.
Uma bolsa de apostas londrina chegou a cravar, poucos meses atrás, a Bélgica como a quinta principal favorita no Mundial. Em vez de surpreender, o time decepcionou por 45 minutos. Lento e previsível, era fácil de marcar. Hazard, craque de grandes atuações pelo Chelsea na temporada, mal era visto.
Aos 25 min, o argelino Feghouli converteu pênalti sofrido por ele mesmo. Com pouca posse de bola, a Argélia frustrava os parcos ataques belgas.
A partida entre duas seleções que representam povos sem, por assim dizer, maiores simpatias pelos franceses, mudou na segunda etapa. O meia Fellaini, que entrara havia pouco, empatou de cabeça aos 25 min.
Ele fez lembrar célebre participação de João Saldanha na TV, condenando cabelo black-power para jogadores, porque a bola seria amortecida. Pois Fellaini marcou de cabeça.
Aos 39 min, o dono da vistosa cabeleira deu outra cabeçada perigosíssima.
Antes, aos 35 min, lançado por Hazard, enfim esperto, Mertens anotou o gol decisivo.
Por pouco, a Bélgica não foi surpresa negativa no Mineirão. Se batalhar sempre como no segundo tempo, pode crescer na Copa.