Erro do árbitro desencadeia pressão que ameaça custar caro ao Brasil
Mário Magalhães
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Ainda sobre a arbitragem do japonês Yuichi Nishimura, que deu uma mãozinha (perdão pelo cacófato), ou mãozona, ao Brasil na vitória de 3 a 1 sobre a Croácia, na abertura da 20ª Copa do Mundo, a segunda nestas terras, cuja seleção busca o hexa:
1) a cada repetição do lance em que o árbitro marcou o pênalti que rendeu o segundo gol brasileiro fica mais evidente a simulação de Fred. Um engodo vulgar, no qual até apitador de pelada não cairia;
2) é controverso o cartão amarelo que Neymar recebeu ainda no primeiro tempo, por dar uma cotovelada em Modric. A controvérsia se refere à cor do cartão, que poderia, sem provocar escândalo algum, ter sido vermelho;
3) a derradeira das polêmicas mais relevantes é sobre possível falta de Ramires na roubada de bola que resultou no terceiro gol brasileiro. Se foi falta, foi por cima, empurrando o croata, e não por baixo. Talvez tenha sido.
O lance do pênalti inventado serviu como senha a um ataque contra o que seria disposição da arbitragem para proteger o time da casa.
Eis as reações mais relevantes:
a) o técnico da Croácia, Niko Kovac, detonou e falou em ameaça de o Mundial se transformar num circo pró-Brasil;
b) Louis Van Gaal, treinador da Holanda, aproveitou pergunta sobre seu próprio time para alfinetar a arbitragem no Itaquerão;
c) a imprensa europeia deu enorme espaço ao favorecimento ao Brasil _o que sai ou deixa de sair na Argentina não influencia as esferas de poder do futebol internacional. Ler o ''Olé'' é bom porque nos informamos e nos divertimos ao mesmo tempo.
Estabeleceu-se, às claras, um movimento de pressão que visa, no mínimo, arbitragens equilibradas. Muito justo.
Mas que pode ter como consequência uma espécie de revanche, com os árbitros, de propósito ou não, compensando o desastre de Nishimura. Até para mostrar independência.
Fred encenou na estreia. Mais tarde, em eventual pênalti verdadeiro, os árbitros se disporão a assinalar falta dentro da área?
Juiz não pode ''fazer justiça'' com o passado, remendá-lo. Tem que apitar corretamente, jogada a jogada.
Neymar, caçado tantas vezes, terá pênaltis sobre ele marcados?
Além da bronca ao microfone, é provável que o lobby também se desenvolva nos bastidores.
A garfada a favor do Brasil pode custar caro mais à frente, numa partida mais relevante.