Brasil estreia melhor que a Espanha em 2010; ganhar roubado não é gostoso
Mário Magalhães
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O ex-árbitro Sálvio Spinola insistiu na ESPN, dias atrás: na Copa no Brasil, a arbitragem seria camarada com a seleção de Felipão.
Dito e feito: um erro grave do japonês Yuichi Nishimura, que inventou um pênalti de Lovren em Fred aos 21 min do segundo tempo, foi importante para a vitória de 3 a 1 do Brasil sobre a Croácia, na abertura do 20º Mundial.
Foi Neymar, que já anotara o primeiro gol brasileiro, quem converteu o penal. Fecha o primeiro dia como artilheiro da competição.
O tento de Oscar, no finzinho, beneficiou-se do resultado de 2 a 1 até então, que obrigou o adversário a se jogar ao ataque. Se estivesse 1 a 1, o cenário poderia ser diferente.
Na Copa de 2010, a campeã Espanha estreou com derrota diante da retranca da Suíça.
Ao contrário do goleiro Felipe, do Flamengo, não acho que ganhar roubado seja mais gostoso.
Felipão, que reclamava do japonês, não tem do que protestar. Só do que agradecer.
''O juiz é nosso!'', gritaram os torcedores brasileiros.
A seleção esteve abaixo do futebol esperado pelo Consenso de Teresópolis, a ideia generalizada de que a equipe é a favorita ou uma das favoritas.
Mas soube, com méritos, superar o nervosismo inicial, o gol contra de Marcelo que abriu o placar e a lentidão que só mudou depois do intervalo.
Não calçou saltos altos.
No primeiro tempo, ficou clara a principal aposta da Croácia, que tinha muito menos posse de bola: contra-ataques, explorando em especial o vigor menor dos laterais brasileiros na marcação e, em virtude da estatura, na bola aérea.
Aos 6 min, houve a primeira investida assim, com desperdício de cabeçada depois de cruzamento pela direita do ataque.
Pela esquerda croata, aos 10 min veio o cruzamento rasteiro de Olic que acabou em Marcelo, na pequena área, tocando para dentro do seu próprio gol. 0 a 1.
Aos 28 min, outro cabeceio dos ''visitantes'', em bola que Marcelo, pela altura, não logrou tirar.
A principal qualidade da seleção na etapa inicial foi não despirocar após sair atrás. Manteve a bola no pé, e Neymar, reforçando a impressão de neymardependência do Brasil, chutou de fora da área, com o pé ''ruim'', o canhoto, no cantinho esquerdo oponente. 1 a 1.
A maior deficiência foi a lerdeza ao atacar, mal que se torna ainda maior diante de times bem plantados na defesa.
O Brasil venceu com a ajuda do erro de arbitragem. Depois do gol de pênalti, criou novas chances, fez um, mas a Croácia sufocou.
Jogo duro, de Copa. Jogão. Que venham mais partidas assim!