Blog do Mario Magalhaes

O incrível é que Felipe precisou faltar a treino para ser barrado no Fla

Mário Magalhães

O goleiro Felipe – Foto Pedro Ivo Almeida/UOL

 

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Ney Franco fez muito bem em barrar Felipe do jogo do Flamengo ontem contra o Santos, miserável empate sem gols.

O incrível é que o treinador e o clube precisaram ser publicamente ofendidos pelo goleiro para que ele fosse afastado.

Sim, representa ofensa e desafio ficar dormindo em vez de comparecer a treino, como fez Felipe na sexta-feira. Com o time numa tremenda pindaíba, um dos principais e mais caros jogadores do elenco se permite, de acordo com sua assessoria, confundir a escala de treinamentos. Enquanto os companheiros ralavam, ele alegadamente entregava-se ao sono até depois do meio-dia.

É incrível que a barração demorasse porque Felipe vinha jogando mal havia muito tempo. Mal ao sair do gol, mal em bolas rasteiras, mal em quase tudo.

Ingênuo que sou, imaginei que o mico do gol do Fred em cima da linha, no escanteio do Fla x Flu, fosse a gota d'água. Não foi.

Também supus que a negligência em lances nos quais brincou com a bola e por pouco não a presenteou a adversários fosse sua despedida como titular. Nada.

Contra o Bahia, não achei escandaloso o gol tomado em cobrança de falta, mas a colocação excessivamente no canto direito facilitou o cobrador que empatou no finzinho.

Ainda bem que o Felipe mostrou, até para quem não parecia ver, que não está nem aí para o Flamengo.

Paulo Victor foi bem contra o Santos, a despeito de uma falha grave em reposição de bola. Mesmo que não tivesse ido, eu manteria minha opinião sobre ele: é bom goleiro, e mais experiente do que o promissor César.

Ponto para Ney Franco, que fez no Morumbi o que Jayme já poderia ter feito antes e que o novo técnico evitou ao assumir: tirar o gorducho André Santos da lateral esquerda. No entanto, penso que exagerou na preocupação defensiva ao escalar como substituto um zagueiro, Samir, e não Éverton ou João Paulo. Ainda mais com três volantes.

Também acertou ao afastar Elano, sem condições atléticas de encarar um jogo de verdade.

O empate contra o Santos muito desfalcado mostrou pelo enésima vez que, sem reforços, nem o Guardiola faria milagres no Flamengo. Não dá para trazer o Di María, eu sei, mas é urgente contratar.

Pitaco técnico: Paulinho foi crucificado por perder nos acréscimos um suposto gol feito. Poderia ter marcado, mas pouco antes de ser chutada a bola levantou, em virtude de irregularidade no gramado. Isso atrapalhou a conclusão. Repito: dava para fazer, mas não considero o erro nenhuma aberração, tipo aquela inesquecível do Deivid.