Blog do Mario Magalhaes

Sem Thiago Alcântara, Espanha perde maior esperança de superar cansaço

Mário Magalhães

O meia Thiago Alcântara em partida pela seleção espanhola

Thiago joga muito, mas vive contundido – Foto Ariel Schalit/AP

 

( O blog está no Facebook e no Twitter )

Se Xavi Hernández repetir sua temporada pelo Barcelona e o desempenho pela Espanha na Copa das Confederações, o técnico Vicente Del Bosque terá imensas dificuldades para superar a principal deficiência que acomete sua seleção, bem como o Barça: a velocidade na troca de passes, que vigorava no auge de Xavi, deu lugar à lentidão que facilita as defesas adversárias.

Aos 34 anos, o craque, tremendo craque catalão passou a administrar o jogo de acordo com suas possibilidades físicas. Ele contamina os times com seu cansaço.

O maior trunfo de Del Bosque para reviver o ritmo dos melhores tempos de Xavi era o jovem Thiago Alcântara, nascido na Itália, filho do brasileiro Mazinho e, por opção, jogador da Espanha, onde passou boa parte da vida.

O problema é que, como sabemos, Thiago, 23, estourou de novo o joelho direito, será operado e perderá a Copa iminente. Sua ausência não constitui o mero contratempo com que tem sido noticiada. É uma catástrofe para o time.

Em tese, a atual campeã vem com um meio-campo melhor que o da Copa das Confederações, porque regressa Xabi Alonso, que em 2013 estava contundido. Assim, Busquets, solitário volante no ano passado, volta a ter a companhia de seu companheiro de 2010. A Espanha joga com dois volantes que sabem jogar, e como.

A dúvida é quem estaria pela direita do meio, tradicional lugar de Xavi na seleção. Thiago seria o sucessor natural, se o técnico tivesse a coragem de mudar. Pensa e passa rápido. Não é veloz nas pernas arqueadas de caubói montado no cavalo, porém faz a bola correr.

Se Xavi é o recordista de toques na bola em jogo de Eurocopa, Thiago mal estreou no Bayern e, meses atrás, estabeleceu nova marca de passes numa só partida da Bundesliga. Suas recorrentes contusões enfraqueceram a equipe alemã, que sem ele acabou humilhada pelo Real Madrid na Champions League.

Outra opção para substituir Xavi é Cesc Fàbregas, 27. No Barcelona, contudo, ele costuma se posicionar mais à esquerda, embora às vezes seja escalado pela direita do meio-campo. Não faz boa temporada, e a torcida o tem vaiado.

Sem Thiago, talvez Del Bosque mantenha Xavi. O grande jogador terá tempo para descansar e se preparar bem para a Copa.

De sua evolução, a Espanha, uma das quatro favoritas (com Brasil, Alemanha e Argentina), dependerá para chegar mais forte.

Como devoto do bom futebol, torço muito para Xavi brilhar em seu derradeiro Mundial, mas sei que não será fácil.