Ao ressuscitar ‘campeão moral’, cartolas insultam inteligência de vascaínos
Mário Magalhães
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A quem interessar possa, evitando aporrinhações paranoicas e baixarias ressentidas: tenho pai, dois irmãos, uma irmã e até a sogra vascaínos (o último irmão é gremista).
Sou Flamengo.
Se fosse Vasco, estaria bronqueado não somente com a garfada do domingo, mas com a diretoria do clube, que encena protestos nos quais só acreditam os que se deixam ludibriar.
A cartolagem falou em buscar na Justiça a anulação da decisão contra o Flamengo devido ao gol em impedimento que deu o título ao adversário.
Como sabe qualquer recém-nascido, não se anula partida por equívoco como o do Maracanã. O impedimento não foi notado pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique e seus auxiliares, mas também pelo time cruzmaltino, que só chiou depois de saber o que mostravam as imagens da TV.
Outro factoide é a tal ação que tentaria ressarcir os cofres do clube pelo dinheiro perdido com a derrota no Campeonato Estadual.
Roberto Dinamite e seus pares sabem muito bem que isso não ocorrerá, porque a lei não permite esse tipo de indenização.
O mais constrangedor é chamar seus jogadores de ''verdadeiros campeões'' (leia aqui).
Os verdadeiros campeões são rubro-negros.
Caso contrário, estaria na hora de mudar o resultado de Copas do Mundo.
O pênalti contra o Brasil, no Mundial do Chile-62, evitado pela malandragem de Nilton Santos, que caminhou para fora da área, significaria a cassação do nosso bi?
''Campeão moral'' foi a cascata inventada pelo grande técnico Cláudio Coutinho, ao cair na Copa da Argentina-78.
O Brasil foi passado para trás, mas aceitara o regulamento maroto em que os anfitriões jogariam depois de nós, sabendo do placar necessário, contra o Peru, para nos eliminar. A seleção foi pusilânime, ao aceitar o empate contra os argentinos.
Campeão moral? Enrolação do capitão (do Exército) Coutinho que só os Pachecos mais ingênuos engoliram.
Roberto Dinamite e sua turma levaram o Vasco para a segunda divisão do Brasileiro.
Pior ainda, não romperam com as jogadas de Eurico Miranda, mas as renovaram, agora com novos beneficiários.
Toda a encenação em curso pretende que os vascaínos esqueçam o estado deprimente do clube.
O Vasco foi garfado, sim, no domingo.
O que não dá aos seus cartolas o direito de insultar a inteligência dos torcedores, embalando-os com ilusões nas quais só acredita quem quer.
Como disse Dé, ex-atacante do clube, conforme a coluna de hoje do Ancelmo Gois: ''O Vasco é maior do que tudo isso. Eu mesmo, quando jogava no Vasco, fui muitas vezes beneficiado por erro de juiz. Isso acontece. Fica parecendo que o juiz só erra contra o Vasco''.
Foi o Dé quem disse, não eu, que apenas concordo com ele.