Blog do Mario Magalhaes

O que mais dói, ao escalar a seleção de todos os tempos, são as ausências

Mário Magalhães

Com seis jogadores, geração do bi de 1958-62 domina a seleção ideal

Seleção da Folha: Gylmar; Carlos Alberto Torres, Aldair, Mauro Ramos e Nilton Santos; Falcão, Didi, Pelé, Garrincha, Romário e Ronaldo. Técnico: Telê Santana

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A minha seleção

 

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''Que absurdo!, cadê o Zico?'', bronqueou o meu caçula ao procurar e não encontrar o Galinho na seleção brasileira de todos os tempos, escalada por 70 eleitores consultados pela ''Folha de S. Paulo''.

Como se vê, o moleque de sete anos sabe muito de futebol.

Inacreditável: tiraram da equipe o camisa 10 da Gávea. E ainda chamam o escrete escolhido de ''o time dos sonhos''.

Azar da seleção brasileira de todos os tempos. Aqui em casa, o Zico perfila na seleção mundial.

Na da enquete da ''Folha'', amargou o banco. Só se estivesse com dois joelhos estourados…

Eu não deveria reclamar tanto. Dos meus 11, emplaquei seis, mais o Telê. Faltaram o Barbosa, o Leandro, o Domingos da Guia, o Zizinho e… o Zico!

Colegas queridos e velhos amigos barraram o Zico, mas, para falar a verdade, o que mais me chateou não foi a ausência do meu ídolo.

E sim o drama de não votar em craques que reúnem atributos de sobra para vestir a amarelinha da eternidade.

Barrei o Ronaldo, maior artilheiro de todas as Copas, porque era ele ou o Romário, e este é genial.

Também não deu para o Rivaldo, melhor jogador, aos meus olhos, do time do penta.

Ronaldinho Gaúcho, que só colheu um solitário voto, merecia muito mais. Ele paga pelo presente.

Também doeu não votar no Carlos Alberto Torres, mas o Leandro talvez tenha sido o lateral-direito mais talentoso da história interplanetária.

Uma seleção , a minha, sem o Fenômeno, o Ronaldinho, o Rivaldo e o capita! O culpado sou eu, isso é o que mais dói. Babaca o cara que definiu 11 para cada lado.

Para encaixar a equipe, montei-a no sistema 3-4-3.

Considerei também jogadores que eu não vi em campo, com base em depoimentos, porque senão seria covardia. Não haveria seleção brasileira de todos os tempos, mas do tempo biológico dos eleitores.

O caderno especial publicado pela ''Folha'' em 30 de março teve como gancho os cem anos do primeiro jogo da seleção, em julho de 1914 (saiba mais clicando aqui).

Quando dei com ele, confesso, a primeira coisa que fiz foi procurar o Zico. Acabaram com o meu dia.