Blog do Mario Magalhaes

Sai o romance ‘Fora do ar’, novo e-book de Dimmi Amora

Mário Magalhães

blog - dimmi amora

 

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Repórter premiado e autor do romance ''Cartão Vermelho'' (Sette Letras, 2006), o escritor e jornalista Dimmi Amora lança seu novo livro, o romance ''Fora do Ar''.

Desta feita o livro sai em versão digital, e não impressa, em edição da Simplíssimo.

Pode ser encontrado na Apple Store, na Google Store e na Amazon Books.

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Eis a sinopse do livro, conforme o release da editora:

A chegada de uma caixa contendo documentos e arquivos eletrônicos à casa do narrador, um experiente jornalista investigativo carioca, dá início à história de 'Fora do Ar'. Ao analisar o conteúdo, ele se depara com informações sobre três fatos que, aparentemente, não tinham conexão: os atentados terroristas realizados por traficantes dias antes de uma eleição, o assassinato de um deputado e a transmissão clandestina de um programa de TV por moradores de uma favela.

Após a tentativa frustrada de escrever uma reportagem sobre o tema, o narrador toma a radical decisão de publicar os documentos na forma como os recebeu. À medida que são dispostos no livro, os personagens começam a aparecer.

A investigação sobre os crimes é conduzida por um policial militar que, anos antes do narrador, também havia tentado relacionar os três fatos, buscando de forma secreta uma quadrilha de PMs envolvida com a alta classe política do Rio de Janeiro. Com a ajuda de um informante, o caso começa a tomar um perigoso rumo, levando esse agente à rede que controla o poder político e também a sua vida pessoal.

Numa definição precisa sobre a obra, o sociólogo Luiz Eduardo Soares declara que ela “costura verdade ao mito com as tripas da tragédia carioca, abalando a fronteira imaterial que justifica o uso do substantivo realidade”.

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E o prefácio, por Luiz Eduardo Soares:

Começo com uma confissão como é de bom tom ante uma obra que para alguns será classificada sob o rótulo policial, para outros, político – e para mim permanecerá rebelde, resistindo às gavetas. Abri 'Fora do Ar' com a curiosidade de quem acompanha e admira o jornalista Dimmi Amora, autor conciso e preciso, elegante, agudo, inteligente, insaciável nas apurações, rigoroso e fiel como um cão ao que lhe parece real. Honesto até o último corte, e depois. O romance-reportagem me cativou. Não. Melhor dizer a verdade: a narrativa avançou feroz sobre mim, apossando-se de minha imaginação, estourando contra a parede minha bússola, devorando o tempo antes que eu a autorizasse a invadir o dia e liquidá-lo, noite adentro. O relato virou bicho porque, além de fiel, o cão diverte-se surpreendendo intrusos: nós, os leitores. Brinca, nos assombrando. Já ia longe na leitura, navegando em alto mar história afora, lá onde já não se viam as margens do que supus ser a realidade do Rio de Janeiro, em 2002, com a qual 'Fora do Ar' negociava. De repente, me dei conta, atravessado por uma espécie de calafrio – um tremor, um desequilíbrio sutil—, de que não me afastava da costa: era o contrário, me embrenhava no continente, seguindo as pegadas de seus conteúdos. Eu vivi intensamente aquele ano, inclusive e especialmente o evento chave, aqui referido: o estranho ataque ao Rio de Janeiro, atribuído a “traficantes”, que fechou o comércio e as escolas, no dia 11 de setembro, a poucas semanas das eleições, impactando seu resultado. Escrevi sobre o acontecimento com evasivas ficcionais de que Dimmi teve a coragem de livrar-se. Finalmente, me perguntei se o generoso convite para que eu escrevesse esta orelha não seria mais um habilíssimo movimento do prestidigitador, um virtuose, dobrando seu livro, literalmente, com mais uma aba metalinguística, mais uma película de mistério, depois de costurar a verdade ao mito com as tripas da tragédia carioca. Não importa. O que preciso declarar é simples: esta obra é uma joia, um jogo de armar fascinante, uma peça literária seca e direta, um exercício jornalístico exuberante e inventivo. Seu objeto é a linguagem. Seu material, a fronteira imaterial que justifica o uso do substantivo realidade. Seu alvo: provocar um prazer lúdico e uma rememoração dolorosamente lúcida, que dispara ondas de reflexão crítica. Elas não cessam. E emocionam.