Companhia das Letras libera grátis capítulo de ‘Marighella’ sobre o golpe
Mário Magalhães
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O capítulo da biografia ''Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo'' que conta as horas incandescentes do golpe de Estado de 1964 está à disposição, gratuitamente, na internet.
A Companhia das Letras liberou o capítulo ''Os aviões ficaram no chão'', que pode ser baixado e lido aqui (para acessar, basta clicar em cima do negrito):
* Site da Companhia das Letras;
* Cultura;
* Saraiva;
* Iba;
* Amazon;
* Kobo;
* iTunes.
A gênese e a execução do golpe de 50 anos atrás é contada em cinco capítulos do livro: ''O taquígrafo da história''; ''Cutucando Jango''; ''Soldados vermelhos''; ''O ghost-writer''; e ''Os aviões ficaram no chão'', cuja narrativa abre em 30 de março de 1964.
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Escrevi uma breve introdução ao capítulo. Reproduzo-a:
“Os aviões ficaram no chão”: em 1964, Marighella foi às ruas contra os golpistas
Nunca se saberá ao certo se o golpe de Estado de 1964 teria sido barrado se o presidente João Goulart e seus aliados tivessem resistido com mais vigor. Quem detinha poder para encarar os golpistas não os confrontou ou pouco perseverou.
Entre os que não tinham essa força, o ex-deputado federal Carlos Marighella (1911-1969) foi um dos mais devotados militantes a se empenhar, nas ruas, para impedir a deposição do governo constitucional de Jango. O capítulo “Os aviões ficaram no chão” encerra a segunda das três partes que compõem a biografia Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo (Companhia das Letras). Reconstitui a dramática luta do protagonista do livro contra o golpe que ele buscou derrotar.
Marighella organizou companheiros para enfrentar os inimigos de Goulart. Discursou na Cinelândia, onde balas disparadas desde a sede do Clube Militar zuniam, feriam e matavam. Apelou a um comandante legalista da Marinha para fuzileiros navais tomarem o palácio Guanabara, onde despachava o governador oposicionista Carlos Lacerda _um plano para bombardear o palácio não vingara. Implorou para que um brigadeiro enviasse um caça para interromper a marcha de tropas que se deslocavam rumo ao Rio com o propósito de derrubar Goulart. E articulou um ataque ao QG do Exército, base de generais golpistas.
O capítulo abre com uma reunião de Marighella com sargentos, no entardecer de 30 de março de 1964. À noite, numa festa no Automóvel Club, João Goulart pronunciaria seu derradeiro discurso em solo brasileiro. A narrativa se estende até as ações de Marighella, uma semana depois da queda de Jango, tentando frear a ditadura nascente _um mês mais tarde ele resistiria à prisão em um cinema e seria baleado e preso.
Além dos movimentos de Marighella, “Os aviões ficaram no chão” conta, no calor da hora de 50 anos atrás, as idas e vindas de Jango e dos governistas; de protagonistas e coadjuvantes militares ou paisanos, tanto golpistas quanto legalistas; de Luiz Carlos Prestes e do Partido Comunista Brasileiro; da CIA e do Departamento de Estado dos EUA; dos sindicalistas que apoiavam o governo e da polícia política que os perseguia; de quem matou e foi morto na virada de março para abril. Histórias de tirar o fôlego, esmiuçando as jornadas que convulsionaram e mudaram o país.
Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo é fruto de nove anos de trabalho. Para investigar a trajetória do revolucionário comunista que passou boa parte da vida adulta na clandestinidade ou encarcerado, entrevistei 256 pessoas; pesquisei documentos em 32 arquivos públicos e privados de cinco países; e consultei uma bibliografia de 600 títulos.
Lançado em outubro de 2012, o livro recebeu o Prêmio Jabuti, o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e o Prêmio Botequim Cultural como melhor biografia, o Prêmio Casa de las Américas, na categoria literatura brasileira, e, hors-concours, o Prêmio Direitos Humanos. Graças à imensa generosidade dos leitores, já chegou à quinta reimpressão.
Será adaptado para o cinema por Wagner Moura e a produtora O2. O filme baseado em Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo marcará a estreia de Wagner como diretor de longa-metragem. Deve ser rodado em 2015, com lançamento em 2016.
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Eis a capa feita para o mini e-book gratuito: