O esquecimento é amigo da barbárie: há 8 meses desapareceram com o Amarildo
Mário Magalhães
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Na sexta-feira, o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza completou oito meses.
Detido por policiais militares na noite de 14 de julho de 2013, ele sumiu para sempre em dependências da dita Unidade de Polícia Pacificadora, na Rocinha.
Foi assassinado na tortura, concluíram inquérito policial e denúncia do Ministério Público. PMs estão presos, acusados pela morte, mas o corpo não foi encontrado.
Não basta ao Estado investigar e esclarecer a morte do Amarildo. Foram agentes públicos que desapareceram com ele.
As autoridades devem à família do trabalhador o direito de lhe oferecer um enterro digno.
Ainda ressoam os gritos das jornadas do ano passado: ''Ei, Cabral, cadê o Amarildo?''.
P.S.: pelo visto, o desfecho da apuração do caso Amarildo não serviu de exemplo para muitos PMs do Rio, como os que arrastaram a cidadã Cláudia da Silva Ferreira. Baleada, ela foi jogada no porta-malas de uma camionete da Polícia Militar, a caminho do hospital. Quando o porta-malas abriu, foi arrastada com o veículo em movimento. Cláudia morreu _foi morta (leia aqui).