‘Pesquisa de historiadora americana exalta direitos de mulheres soviéticas’
Mário Magalhães
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Ao contrário do que sugerem numerosas futilidades abordadas neste 8 de março, o Dia Internacional da Mulher é historicamente uma jornada de luta por direitos.
É de direitos que trata a reportagem escrita pela repórter Eleonora de Lucena, publicada hoje na ''Folha'':
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Pesquisa de historiadora americana exalta direitos das mulheres soviéticas
Por Eleonora de Lucena
Mulheres ganham só uma fração do que ganham os homens. Na separação, ficam com os filhos e estão mais pobres. Não têm acesso a boas creches e sofrem com a violência em boa parte do mundo.
''Mudar essa situação é tarefa das mulheres. Elas precisam falar de aborto, estupro, da insegurança de andar à noite na rua. A violência contra a mulher precisar ser inaceitável socialmente. É muito difícil mudar individualmente; é preciso mudar coletivamente.''
A avaliação é da historiadora americana Wendy Goldman, 57. Professora da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh (Pensilvânia, EUA), ela é autora de ''Mulher, Estado e Revolução: Política Familiar e Vida Social Soviéticas, 1917-1936'', que sai no fim do mês no Brasil.
O livro, de 1993, aborda as enormes transformações sociais ocorridas na União Soviética nos primeiros anos da revolução de 1917.
Naquele ano, foi estabelecido o divórcio a pedido de qualquer um dos cônjuges (no Brasil o direito só vigoraria 60 anos depois) e o casamento civil substituiu o religioso. A URSS foi o primeiro país do mundo a dar a todas as mulheres a possibilidade legal e gratuita do aborto.