Deixar Hernane partir equivale a pensar com cabeça de time pequeno
Mário Magalhães
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Os 3 a 1 que o Flamengo aplicou ontem no Emelec são reais e valiosos, mas sugerem enganos.
O placar é enganoso porque o time da casa poderia ter feito mais gols no Maracanã, se não desperdiçasse contra-ataques no segundo tempo.
E também porque sugere um desempenho virtuoso em todo o jogo, quando só depois do intervalo a equipe engrenou, embora já vencesse desde os 10 min.
O rubro-negro mudou com a troca de Lucas Mugni, um sub-sub Ganso, muito lento, por Gabriel, acelerado.
Afora o placar, a melhor novidade da noite foi, enfim, uma atuação de Éverton como se esperava. O filho que à casa torna sofreu a falta que Elano converteu, no primeiro gol, fez o dele, acertou bola na trave, combateu.
Outra boa notícia foi a presença de Hernane, que também marcou.
A informação ruim é que continuam as tratativas para cedê-lo a um timeco da China.
Se a diretoria do Flamengo topar a transferência, pensará com cabeça de time pequeno.
Dos cerca de R$ 11 milhões pelos direitos do Brocador, o clube da Gávea e do Ninho do Urubu ficaria só com uma parte. E perderia o seu goleador.
Não preciso ensinar aos cartolas que a evolução, fase a fase na Libertadores, e as possíveis conquistas de títulos valem bônus e prêmios, tanto dos organizadores das competições, como dos patrocinadores da equipe. Esse dinheiro, sem contar as rendas, compensaria largamente o troco a ser embolsado com a partida de Hernane.
Abrir mão de um titular absoluto, em plena Libertadores, seria mesmo pensar como o Bonsucesso.
Mentira: numa situação dessas, o Bonsussa não cometeria tal burrada; teria mais ambições.
''Fica, Hernane!'', ecoa até agora o grito dos torcedores no Maracanã.
Atualização: Hernane ficará. Tomara que a diretoria pense bem antes de alimentar outra ideia tresloucada como a transferência que acabou não rolando.