‘O alarme’, por Luis Fernando Verissimo
Mário Magalhães
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Depois não digam que não avisaram. O Luis Fernando Verissimo dá o toque:
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O alarme
Luis Fernando Verissimo
Quem viu o filme de Stanley Kubrick, 2001 – Uma Odisseia no Espaço, se lembra do monólito, aquela pedra lisa encontrada por astronautas em Júpiter que se revela estar ali há milhões de anos como uma espécie de alarme. Sua descoberta por terrenos significaria que essa raça predatória e assassina já tinha a capacidade técnica de invadir, e fatalmente envenenar, o Universo. O monólito era um aviso. Esta interpretação não fica clara no filme, mas o título do conto de Arthur C. Clarke no qual Kubrick e o próprio Clarke basearam seu roteiro é O Sentinela.
Haveria um momento na vida das pessoa ou das sociedades em que funcionaria um alarme parecido com o que alertou o Universo para a chegada dos temíveis humanos, no filme. Pode-se especular sobre qual seria esse momento para um judeu na Alemanha, nas primeiras manifestações do nazismo, por exemplo. Seria a pregação racista do partido mesmo antes de assumir o poder?