Itaú anuncia recolhimento de agendas que promovem ‘revolução de 1964’
Mário Magalhães
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O Itaú anunciou que começou o recolhimento das agendas 2014 que promovem o dia 31 de março como ''aniversário da revolução de 1964''. De acordo com o banco, todas as agendas restantes serão recolhidas. O Itaú não respondeu às perguntas do blog sobre quantos exemplares foram impressos e quantos foram distribuídos aos clientes.
Eis a nota enviada há pouco pela assessoria do banco:
''A inclusão da frase na agenda foi equivocada, em nada reflete o DNA e as crenças do Itaú Unibanco. Lamentamos o desconforto causado. Somos uma instituição financeira que respeita a diversidade de pensamentos e ideias e a democracia. Reiteramos que o banco nunca pretendeu defender uma posição política no conteúdo entregue aos correntistas e que já estamos recolhendo as agendas com esta frase que ainda existem em nossas agências''.
Trata-se de mudança de tom em relação à primeira manifestação, na quinta-feira passada. Ei-la:
''O Itaú Unibanco informa que a agenda distribuída aos clientes conta com informações sobre datas relevantes ao longo do ano. O banco é apartidário e, em hipótese alguma, pretende defender uma posição política no conteúdo entregue aos correntistas''.
Na véspera, 12 de fevereiro, o blog havia revelado a existência da agenda com referência simpática ao golpe de Estado que depôs o presidente constitucional João Goulart em 1º de abril de 1964. O post ''50 anos depois, agenda do Itaú ainda trata golpe como 'revolução de 1964''' pode ser lido clicando aqui.
Os vínculos do Itaú com a ditadura (1964-85) foram tamanhos que um dos seus controladores, Olavo Setubal (1923-2008), foi prefeito nomeado (sem voto popular) de São Paulo, de 1975 a 79.
A notícia sobre o recolhimento das agendas foi dada em primeira mão pelo blog do meu velho e querido companheiro de redação Marcelo Rubens Paiva (leia aqui o post do Marcelo).