Blog do Mario Magalhaes

Vídeo do acidente mostra outro caminhão em horário vetado na Linha Amarela

Mário Magalhães

blog - acidente linha amarela

Caminhão 1 é o que vai bater na passarela; o número 2 também trafega em horário proibido

 

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É compreensível que pouca gente tenha reparado num segundo caminhão no vídeo divulgado pela concessionária da Linha Amarela, mostrando o instante em que outro caminhão, com a caçamba levantada, derrubou uma passarela e provocou a morte de cinco pessoas.

O choque contra a passarela hipnotiza, e deixamos de observar o conjunto das imagens (o vídeo pode ser assistido nessa reportagem do UOL). Na pista direita, no sentido Fundão, segue o veículo que causará o acidente (número 1, no quadro acima). Na esquerda, vem outro caminhão (2). Ambos circulavam às nove e 12,  nove e 13 da manhã de ontem, muito antes das dez horas, quando o tráfego na Linha Amarela é liberado para caminhões.

O vídeo indica que a Linha Amarela, concessionária que há pouco aumentou o seu pedágio em 10% (R$ 5 para R$ 5,50, grande negócio), e a Prefeitura do Rio, máquina azeitada para multar automóveis de passeio, costumam permitir a ilegalidade ou não fiscalizar as infrações.  ''O Globo'' informa que o policiamento nos 20 km da via expressa é feito somente por um carro e duas motos da PM.

Só hoje de manhã foram flagrados mais de 20 caminhões em horário proibido na Linha Amarela (leia aqui), o que evidencia duas coisas:

1) as autoridades muitas vezes só tomam providências para corrigir defeitos depois que ocorrem as tragédias. No Rio, o roteiro é sempre o mesmo, com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) em ar circunspecto e parolando com ares de sabe-tudo. Sempre me ocorre a pergunta: se é assim tão fácil, por que não fizeram antes?;

2) a negligência oficial é tamanha que, mesmo um dia depois do acidente, dezenas de motoristas não se constrangeram em se arriscar no ilícito. Achavam que, como sempre, daria em nada. Mas dessa vez as autoridades municipais e estaduais prepararam um cenário para ocupar os jornalistas e esboçar satisfações aos cidadãos.