Defesa da concessionária de trens pega mal, e candidato de Cabral recua
Mário Magalhães
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Na iminência de se tornar o governador do Rio de Janeiro a partir de março e concorrer em outubro ao Palácio Guanabara, o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) recuou hoje à tarde da defesa enfática que fez ontem da SuperVia, a concessionária de trens controlada pela Odebrecht.
Na quinta-feira, Pezão afirmara que estava satisfeito com a empresa. Na quarta, um descarrilamento de trem, seguido da inépcia da SuperVia para enfrentar o acidente, havia provocado um caos que deixou 600 mil passageiros sem transporte na região metropolitana. O candidato escolhido pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) à sua sucessão disse que ''o sistema ferroviário está ganhando credibilidade'' (clique aqui para ler a reportagem).
Hoje, mudou o tom, por meio do Twitter: ''A Supervia errou e tem de ser punida'', digitou. Eis algumas de suas mensagens, pela conta que tem um número modesto de seguidores, 364, para um político com as ambições eleitorais de Pezão:
A explicação para a mudança de discurso é óbvia: pegou muito mal para o futuro candidato advogar pela concessionária que presta um serviço contra o qual os usuários manifestam críticas contundentes. Enquanto o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, incensa a SuperVia, o estrago para Pezão é pequeno. Quando o vice de Cabral evidencia a camaradagem com a empresa, perde votos.
A primeira página do jornal ''Extra'' nesta sexta-feira traz a fotografia da risada ou gargalhada de Julio Lopes, enquanto os trens estavam parados e a população padecia.
Assim o jornal descreve o trio da imagem:
''1) Carlos José Cunha – Presidente da SuperVia, companhia controlada pela construtora Odebrecht, que doou R$ 200 mil para o Comitê Financeiro Único do PMDB, no ano da reeleição de Sérgio Cabral'';
''2) Arthur Vieira Bastos – Desde dezembro, é conselheiro da Agetransp, órgão que fiscaliza as concessionárias de transporte. Tesoureiro do PMDB até o ano passado, foi quem cuidou do dinheiro doado por empresas, como a Odebrecht, às campanhas do partido'';
''3) Julio Lopes – Secretário estadual de Transportes''.
Assim caminha a humanidade.