2013 consagra impunidade: ninguém paga por tragédia criminosa na boate Kiss
Mário Magalhães
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Apregoam o fim da impunidade no Brasil, brandindo, numa indisfarçável misturada de alhos com bugalhos, a prisão dos acusados de matar o pedreiro Amarildo, do deputado condenado Natan Donadon, dos punidos do mensalão, do pessoal da máfia do ISS e até do sem-teto manifestante _tudo em 2013.
Mas a maracutaia do cartel no metrô até agora deu em nada.
E o Fluminense, outra vez, disputará no ano que vem uma competição para a qual seus resultados em campo não o habilitam.
Nosso país continua sendo, sim, um recanto de criminosos impunes, e não existe exemplo mais eloquente do que a tragédia criminosa na boate Kiss.
Parece que foi há uma eternidade, mas não tem nem um ano: na madrugada de 27 de janeiro, um incêndio na casa noturna de Santa Maria (RS) provocou a morte de 242 pessoas, jovens na esmagadora maioria.
Não há um só proprietário da boate Kiss em cana.
Nem autoridades públicas que permitiram que um estabelecimento sem condições de segurança funcionasse.
Enquanto não houver punição para o crime na boate Kiss, todo discurso sobre o fim da impunidade estará prejudicado pelo cinismo e pela hipocrisia.