Depois do que Luiz Antônio jogou na final, deixá-lo ir do Fla seria crime
Mário Magalhães
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Como sabemos os rubro-negros, exceto algum eventual visionário que meses atrás antevisse a virada, o título da Copa do Brasil foi ainda mais espetacular por ser inesperado, em um ano de arrumação das finanças do clube, mas de frustrantes desencontros em campo.
Posso estar errado, pois não acompanho o cotidiano da equipe, mas desconfio de que a mudança essencial introduzida por Jayme de Almeida não tenha sido Amaral à frente da zaga, novidade bem sucedida. Jogadores tarimbados pareciam se incomodar com a proeminência de Mano Menezes e seu cartaz de ex-técnico da seleção. Com Jayme, talvez tenha se estabelecido, de modo explícito ou subliminar, um pacto mais coletivo e boleiro. Jayme sabia que no passado esse espírito funcionara com Carlinhos e Andrade. Por que não com ele? Deu no que deu: mais uma taça na Gávea e uma vaga na Libertadores de 2014.
Uma das evidências do progresso da equipe, além dos resultados, foi a pusilanimidade do Atlético, que se intimidou nas duas partidas da decisão. Tanto em Curitiba (1 a 1) quanto no Rio (2 a 0 para os donos da casa) o time paranaense exagerou na aposta em contra-ataques. Acabou sem êxito, contra um oponente com três ou até quatro volantes.
Das muitas definições para o ano que vem, espero que a diretoria do Flamengo não se desfaça de Luiz Antônio. Especula-se que ele seria moeda de troca para o clube tirar Elias de vez do Sporting. Luiz Antônio coroou ontem sua evolução com um desempenho soberbo, de jogadoraço. Desarmou, armou, deu passe para gol, acertou bola na trave, cruzou da esquerda e da direita do gramado, não se intimidou com pancada, enganou os marcadores e ficou duas vezes sozinho para receber na cara do gol (Carlos Eduardo e Hernane não lhe deram a bola).
Típica cria da agremiação que tantos volantes e meias de excelência revelou, Luiz Antônio aparenta potencial para ir mais longe no futebol. Que seja no Rio, e não em Lisboa. Se é para negociar, pois Elias vale o investimento, que o Flamengo ofereça outros nomes.
(Ainda sobre o campeão da Copa do Brasil: eis aqui minha singela homenagem a Wallace, o zagueiro valente.)