Concorrentes ao Planalto têm candidatos-sombra
Mário Magalhães
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Se a presidente Dilma Rousseff não embalar na campanha da reeleição, o PT não estará perdido em 2014: o correligionário Luiz Inácio Lula da Silva tem desempenho melhor do que o dela. Em cenário testado em agosto pelo Datafolha, Lula obteve 51% das intenções de voto. Dilma, 35%.
Na hipótese de Aécio Neves patinar, o PSDB conta com José Serra, já aquecido, para substituí-lo. Na eventualidade por enquanto descartada de enfrentar Dilma, Eduardo Campos e Marina Silva, Aécio somava 10%. Trocado por Serra, o postulante tucano ascendia quatro pontos percentuais, ou 40%, no mês retrasado.
No PSB, o correligionário no banco também é mais forte do que o titular. No caso, muito mais forte. Na tela da máquina de votação em que se batiam um contra outro e contra Dilma e Aécio, Eduardo Campos cravou 8%, fora a margem de erro. Sua nova companheira de sigla, Marina Silva, 26%.
Esse é um cenário inédito em eleição presidencial no país: os três principais candidatos têm na mesma agremiação companheiros (ou nem tão companheiros assim) com performance melhor nos levantamentos de opinião e em condições legais de ainda virem a disputar o Planalto.
A diferença é que Lula define os rumos do PT. Se quiser, será candidato _essa não é sua vontade. No final das contas, a decisão não pertence a Dilma.
Já Aécio e (mais ainda) Eduardo detêm o controle da candidatura dos seus partidos. Só poderiam ser alijados da disputa se desejassem, pressionados por eventuais campanhas raquíticas. Cobrados pelos apoiadores, chamariam quem tem mais chances de oferecer perspectiva de triunfo.
A filiação de Marina ao PSB depois de a Justiça eleitoral barrar a Rede pegou o mundinho político de surpresa.
Lição: quem pensar que os times já estão escalados pode vir a tomar novos sustos.
A intrigalhada intestina das campanhas está só começando.