Blog do Mario Magalhaes

Arquivo : outubro 2013

CBF quer cassar cidadania brasileira de Diego Costa: ridículo vira fascismo
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Mário Magalhães

Diego Costa: que o deixem em paz - Foto reprodução UOL

Diego Costa: que o deixem em paz – Foto reprodução UOL

 

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Enquanto a Confederação Brasileira de Futebol, por meio de cartolas e membros da comissão técnica da seleção, espernear contra Diego Costa, permaneceremos no terreno do ridículo. Ninguém estranha, já nos acostumamos. O jogador decidiu defender as cores da Espanha, e não as do Brasil (leia aqui).

Caso se confirme o anúncio de ação no Ministério da Justiça para cassar a cidadania brasileira do futebolista nascido em Sergipe, o cenário mudará de figura: a entidade promoverá perseguição covarde, com tempero xenófobo e cheiro fascista.

De acordo com o repórter Jorge Luiz Rodrigues (aqui), o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, veterano dos anos de Ricardo Teixeira no poder, disse que a entidade retaliará o atacante do Atlético de Madri: “O presidente (José Maria Marin) me autorizou a instaurar um procedimento no Ministério da Justiça, pedindo a perda da cidadania brasileira, que Diego Costa repudiou”.

Curioso. E quando Felipão e Parreira comandaram equipes de outros países, teriam repudiado sua terra natal? Ou Deco e Pepe, defendendo Portugal? E Mazzola, que atuou em Mundiais por Brasil e Itália? Idem Cacau, que envergou a camisa alemã. E por aí vai.

É inacreditável que em pleno século XXI seja preciso contestar gente primitiva que não reconhece o direito de um cidadão manter dupla cidadania e escolher por que país jogar. Pode-se divergir da opção de Diego Costa, mas sua legitimidade é inegável. Bem como a legalidade, pois a Fifa mudou as regras.

Em vez de se enrolar com discursos patrióticos trapalhões, a CBF deveria ficar mais esperta. Thiago Alcântara, hoje no Bayern de Munique, quis defender o Brasil, mas a “nossa” confederação não lhe deu pelota, e o craque fechou com a Espanha, aonde chegou novinho.

Felipão afirmou que Diego Costa deu “as costas para um sonho de milhões”. E daí? Se vier em 2014, reforçará o sonho de milhões de espanhóis.

A cartolagem alardeia que compraram o passe do atacante, subornaram sua consciência, que ele se vendeu por dinheiro. É uma tentativa pueril de desqualificá-lo.

Em meio à baixaria, mais uma vez a voz serena vem de Parreira, que vê tudo muito natural.

Diego Costa tem o direito de fazer o que quiser. Torcerei muito para ele e a Espanha perderem para o Brasil, que tem Neymar, que vale uns 20 ou mais Diegos.

 

 

 


A vida de cartola corrói o ídolo: Roberto já não é Dinamite
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Mário Magalhães

Roberto Dinamite, presidente do Vasco - Foto Vinicius Castro/UOL

Roberto Dinamite, presidente do Vasco – Foto Vinicius Castro/UOL

 

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Nada me atemoriza tanto no futebol quanto os rumores de que o Zico será convidado para treinar o Flamengo ou, quem sabe, lançar-se à presidência do clube. Ídolo é ídolo. Eu não poderia vaiá-lo no estádio ou protestar na Gávea. Cá entre nós, há algumas décadas não faço mais essas coisas, embora, de coração, em muitas tardes e noites me associe a manifestações como os apupos que consagram o Carlos Eduardo a cada jogada desperdiçada.

Para os torcedores, passionais por natureza, foi um sofrimento a passagem do Galinho pelo governo Collor. Celebrávamos a cada manhã, quando os jornais confirmavam o que no fundo sabíamos: nenhuma notícia desabonava o gênio para sempre decente. Como lembrei outro dia em uma crônica que será editada em livro nos Estados Unidos, o maior craque de todos os tempos saiu de mãos limpas da bandalheira que tomou o país de assalto.

Existem experiências que contrariam esses receios, como a dos ex-jogadores do Bayern de Munique que se converteram em cartolas bem-sucedidos ou a de uma antiga prata da casa que se revelou ainda mais talentosa no banco, como o Guardiola no Barcelona.

O Vasco, contudo, sucumbe. Para o Dorival, agora demitido, ou o Autuori, que partiu antes, o revés de hoje pode se transformar em conquistas logo à frente, em outros times. Para o velho centroavante Roberto Dinamite, maior ídolo do épico cruz-maltino, promovido (ou rebaixado) a presidente vascaíno, o baque é maior. O atacante brilhante, um dos melhores a que assisti ao vivo, fracassou como executivo. Pior, suspeitas lhe tingiram a reputação, basta observar os negócios do seu genro em São Januário e outros episódios obscuros.

Que desgraça, o cabeceador notável, o cobrador de faltas mortal, o autor do gol mais lindo do Maracanã (contra o Botafogo) revelou-se feito do mesmo barro que Eurico Miranda.

Dos meus quatro irmãos, três são vascaínos _outro é gremista. Não gostaria de estar na pele deles, ao testemunhar o ídolo supremo conduzindo o grande clube, orgulho do Brasil, para o cadafalso.


Lançamento: livro disseca o Bolsa Família e derruba mitos sobre o programa
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Mário Magalhães

 

blog - livro bolsa familia

 

Sim, eu já sabia que o Bolsa Família nem cosquinha faz nos interesses essenciais dos poucos que muito têm no Brasil, um dos países com desigualdade mais depravada no planeta.

Assim como tinha consciência de que só a combinação indecorosa de estupidez com egoísmo é capaz de se opor a um programa que permite a milhões de brasileiros não padecerem de desnutrição ou mesmo morrerem de fome.

Aprendi muito mais, ao ler as 157 páginas de “O Bolsa Família e a social-democracia”, livro da jornalista Débora Thomé que a Editora FGV apresenta pelo selo FGV de Bolso, na Série Sociedade e Cultura.

O lançamento no Rio será nesta terça-feira, 29 de outubro, a partir das 19h, na Livraria Prefácio (rua Voluntários da Pátria, 39, bairro de Botafogo).

A obra se beneficia da tabelinha entre o rigor acadêmico e a prosa escorreita da jornalista versada em assuntos econômicos. Fundamenta-se na dissertação de mestrado da autora no Instituto de Estudos Sociais e Políticos, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Ajuda a compreender por que a presidente Dilma Rousseff se reelegeria hoje em primeiro turno, em um confronto com Aécio Neves e Eduardo Campos. Radiografa o impacto social do Bolsa Família, cujo êxito alimenta estômagos e colhe votos.

Débora Thomé conta que, de 2001 a 2009, a taxa de pobreza no país despencou de 35,2% para 21,4%. A da extrema pobreza, para menos da metade, de 15,3% para 7,3%. O programa de transferência de renda contribuiu para a queda, bem como o aumento real do salário mínimo em 53%, nos oito anos de Lula no Planalto (2003-2010).

O fenômeno ultrapassa fronteiras. Citando outros pesquisadores, o livro informa que no período 2003-2006, em nações sul-americanas, “os índices de pobreza e extrema pobreza e de desigualdade caíram três vezes mais rápido nos países governados pela esquerda do que nos países governados por partidos de outras correntes políticas”.

Cá comigo, contemplo o Brasil: se um naco substancial dos lucros recordes dos bancos, auferidos com benesses e patrimônio do Estado, tivesse sido empregado em programas sociais, nosso progresso teria sido muito maior. As estimativas sobre o custo/investimento do Bolsa Família, em relação ao produto interno bruto, variam de 0,37% em 2009 a 0,41% em 2012.

Em 2004, as famílias atendidas eram 6,6 milhões. Em 2013, somam 13,8 milhões, aproximadamente 27% da população ou ao menos 50 milhões de bocas. Em Estados como o Maranhão de José Sarney e as Alagoas de Fernando Collor, o programa ampara mais da metade dos habitantes.

Um dos mitos triturados por Débora Thomé costuma ser alardeado por quem, ao contrário dos inscritos no Bolsa Família, tem como comer até se empanturrar: o programa que paga no máximo R$ 306 mensais a uma família incentivaria o ócio e a vagabundagem _ou o “efeito preguiça”, na expressão elegante da autora. Nenhum indicador sugere que o preconceito encontre lastro na realidade.

A União não entrega o dinheiro às mães e sai de cena. O Bolsa Família é classificado como programa de transferência condicionada. Ou seja, impõe condições aos favorecidos. Exige frequência escolar de no mínimo 85% para jovens de seis a 15 anos. E de 75%, para a faixa de 16 e 17. Dá o que comer agora, mas mira o futuro, buscando incrementar a escolaridade. As crianças têm de ser vacinadas, e as mulheres precisam se submeter ao acompanhamento pré-natal.

Para sorte dos leitores, “O Bolsa Família e a social-democracia” não oferece um painel unilateral simpático ao programa. Identifica limitações e compartilha as críticas mais consistentes ao projeto.

Assinala que, nascido em 2003, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Bolsa Família unificou programas anteriores, a maioria desenvolvida ainda na gestão Fernando Henrique Cardoso. Curiosidade: a jornalista-cientista política exumou a plataforma do candidato FHC em 1994 e descobriu que “as questões de pobreza e fome apareciam no programa como um subitem no capítulo que abordava a relação entre Estado e sociedade”. Trocando em miúdos, o futuro presidente se preocupava com outras prioridades. Na campanha da reeleição, o combate à miséria, antes coadjuvante, virou protagonista.

Outro mérito do ótimo livro é contextualizar o Bolsa Família em um cenário sul-americano de rejeição popular a políticas neoliberais mais acintosas e de eleição de governantes de centro-esquerda ou esquerda.

Débora Thomé classifica o Bolsa Família como “uma política pública da social-democracia”. E aponta semelhanças com os valores do Estado de bem-estar europeu erguido no século XX, hoje ameaçado _a observação é minha_ também por governos comandados por agremiações social-democratas cansadas de guerra.

É impossível entender o Brasil de hoje ignorando o Bolsa Família, para o bem (melhorar a vida dos mais pobres) e para o mal (país ainda campeão em desigualdade). O novo livro deixa isso claro.

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Flica: hoje à tarde tem debate sobre biografias
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Mário Magalhães

 

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A Festa Literária Internacional de Cachoeira promove hoje um debate sobre biografias, a partir das 15h, horário local. A jornalista e biógrafa Ana Tereza Baptista, o ator Jackson Costa e eu participaremos da mesa “Vidas comuns, vidas notáveis”. Não faltam personagens a merecer biografias nesta cidade heroica do Recôncavo Baiano, onde se lutou na ponta da baioneta pela Independência. Como se não bastasse tanta história, Cachoeira é belíssima.


E ainda tem marmanjo pensando que mulher não entende de futebol
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Mário Magalhães

O casal Jeniffer Setti e Oswaldo de Oliveira – Foto Marcelo de Jesus/UOL

 

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Depois do chocolate de ontem do Flamengo sobre o Botafogo, 4 a 0, ecoaram pelo Maracanã os pitacos sombrios da atriz Jeniffer Setti, dados quando o alvinegro ainda liderava o Campeonato Brasileiro.

Sim, hoje não há mais dúvida de que a mulher do técnico Oswaldo de Oliveira tinha razão. O time foi humilhado e deixou a Copa do Brasil. No Brasileiro, ladeira abaixo, o sonho só alcança uma vaga na Libertadores, meta cada vez mais distante.

Tudo bem que o Flamengo jogou muito. Jayme chamou o adversário, para fulminá-lo em contra-ataques. Investiu no setor direito da defesa botafoguense, escalando Paulinho para atacar daquele lado. Com três dos quatro gols, Hernane mostrou-se soberbo. Time de massa é assim: quando cresce no mata-mata, fica difícil pará-lo.

Mas o espetáculo rubro-negro não explica sozinho o fiasco botafoguense. Para entender o retrocesso, basta ler o que Jeniffer escreveu no Facebook, no começo de agosto: “Botafogo líder do campeonato! Sem salários, sem Engenhão, sem jogadores, sem o apoio da torcida, sem o puxa-saquismo da imprensa e sem jogadores! Está na hora de essa torcida parar de reclamar e engolir suas murmúrias. Pronto, falei. Oswaldo, meu amor, parabéns pelo seu talento e coragem para passar por cima de tudo isso com humildade e paciênciaaaaaaaaa. Aff, pronto, falei!”.

Ela disse mais: ““Seedorf é um craque que não vai aguentar o pique.” “Jogadores não se concentram porque não recebem há meses.” Mencionou “todo esse desajuste” do clube.

À época, a mulher do Oswaldo foi muito contestada. Alguém ainda discorda dela?


Fortaleza recebe Festival de Biografias dias antes de STF discutir o tema
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Mário Magalhães

Tomada quase só por biografias, vitrine da Livraria da Travessa na semana passada – Foto divulgação

 

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Daqui a menos de um mês, no feriadão de 14 a 17 de novembro, Fortaleza sediará o primeiro Festival de Biografias, com quatro segmentos: literatura, cinema, música e artes visuais. Poucos dias mais tarde, 20 e 21, o Supremo Tribunal Federal promoverá audiência pública para tratar de biografias não autorizadas.

A proximidade dos eventos é uma tremenda coincidência. A audiência foi recém-convocada pela ministra Carmem Lúcia. O festival estava marcado antes de esquentar a controvérsia sobre censura prévia a biografias.

Transparência: convidado pela produtora cultural Quitanda das Artes, aceitei ser o curador do segmento literário, entendido como não ficção biográfica. A primeira edição do festival tem o mote “histórias de vida”.

Numa tenda na praia de Iracema, reduto boêmio da capital cearense, haverá projeção de filmes e debates com cineastas e autores de livros. Em um palco vizinho, shows ao ar livre. O Estoril, espaço cultural, receberá uma exposição interativa, com vídeos, fotos e textos, sobre vida e obra de artistas visuais retratados na literatura e no cinema. O ingresso é gratuito para toda a programação.

Entre as atrações cinematográficas, haverá mostra e debate sobre a obra do cinebiógrafo Silvio Tendler. O diretor estará presente à homenagem. O destaque em música será um show conjunto de Jorge Mautner e Jards Macalé. Os dois já mereceram documentários contando suas vidas.

Uma seleção de 11 biógrafos _e autores de perfis_ consagrados ou que preparam sua estreia no gênero debaterá a produção biográfica em livros. São eles, em ordem alfabética: Fernando Morais (autor de Olga, Chatô: O Rei do Brasil, Montenegro, O Mago); Guilherme Fiuza (Meu nome não é Johnny, Bussunda, Giane); Humberto Werneck (Chico Buarque: Tantas palavras – Todas as letras & reportagem biográfica de Humberto Werneck, O santo sujo: A vida de Jayme Ovalle); João Máximo (Gigantes do futebol brasileiro _com Marcos de Castro, Noel Rosa: Uma biografia _com Carlos Didier, João Saldanha: Sobre nuvens de fantasia); Josélia Aguiar (Jorge Amado: Uma biografia, a sair pela Editora Três Estrelas); Lira Neto (O poder e a peste: A vida de Rodolfo Teófilo, O inimigo do rei: Uma biografia de José de Alencar, Castello: A marcha para a ditadura, Maysa: Só numa multidão de amores, Padre Cícero: Poder, fé e guerra no sertão, Getúlio, tomos I e II); Lucas Figueiredo (biografia de Tiradentes, a sair pela Companhia das Letras, Morcegos negros: PC Farias, Collor, máfias e a história que o Brasil não conheceu, O operador: Como e a mando de quem Marcos Valério irrigou os cofres do PSDB e do PT); Luiz Fernando Vianna (Zeca Pagodinho, Aldir Blanc: Resposta ao tempo – Vida e letras, João Nogueira: Discobiografia); Paulo Cesar de Araújo (Roberto Carlos em detalhes); Regina Zappa (Hugo Carvana; Cancioneiro Chico Buarque, vols. 1, 2 e 3; Para seguir minha jornada: Chico Buarque; Gilberto bem perto _com Gilberto Gil); e Ruy Castro (O Anjo Pornográfico: A vida de Nelson Rodrigues; Estrela solitária: Um brasileiro chamado Garrincha; Ela é carioca: Uma enciclopédia de Ipanema; Carmem: Uma biografia)

Na edição inaugural, o festival reunirá biógrafos jornalistas, cuja influência no gênero é notável, sobretudo no Brasil. Na próxima, serão incorporados historiadores biógrafos, também responsáveis por obras fundamentais para conhecer o país.

Os autores que estarão em Fortaleza têm características distintas, mas todos são reconhecidos por duas virtudes: a eficiência para apurar e o talento para narrar.

Idealizei um evento com que eu, devorador de biografias, sempre sonhei: os grandes autores conversando sobre seu ofício.  Embora a discussão sobre o marco legal da produção biográfica vá ter óbvia relevância, a reflexão sobre “como se faz” e “por que se faz” não se diluirá. Para que os leitores não se frustrem, em bate-papos com escritores em excesso, que acabam com pouco tempo para falar, escalamos no máximo dois debatedores, com um mediador.

Dois convidados, João Máximo e Paulo Cesar de Araújo, são autores de excelentes biografias hoje proibidas de circular: a de Noel Rosa, que João assina com Carlos Didier, e a de Roberto Carlos.

Uma pequena feira do livro será montada, com o máximo possível de títulos dos autores em catálogo, e não somente biografias. Depois dos bate-papos, estão previstas sessões de autógrafos.

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Eis a programação literária:

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14 de novembro de 2013, quinta-feira

15h

A próxima biografia é sempre a melhor

Com Fernando Morais

Mediação Paulo Cesar de Araújo

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15 de novembro, sexta-feira

15h

Ciência e arte da biografia

Com Ruy Castro

Mediação Mário Magalhães

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16 de novembro, sábado

10h

No compasso da história: vidas de artistas

Com Regina Zappa e Humberto Werneck

Mediação Lucas Figueiredo

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16 de novembro, sábado

15h

De Noel a Roberto: como biografar mitos

Com João Máximo e Paulo Cesar de Araújo

Mediação Luiz Fernando Vianna

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17 de novembro, domingo

15h

De Maysa a Bussunda, de Getúlio a Giane: como escolher um personagem

Com Guilherme Fiuza e Lira Neto

Mediação Josélia Aguiar

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Até Fortaleza!