Registro da Rede é direito democrático de milhões de eleitores de Marina
Mário Magalhães
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Depois de serem aceitos nesta terça-feira os registros de um partido com nome de supositório, o Pros, e o de um que afana história alheia, o Solidariedade, constituiria estupro antidemocrático eventual veto à legalização da Rede Sustentabilidade, a agremiação de Marina Silva.
Já existem 32 legendas no país. Excluindo o PT de Dilma Rousseff, nenhuma apresenta aspirante às eleições presidenciais de 2014 com suporte popular igual ao da antiga senadora Marina Silva. No levantamento Datafolha mais recente, em agosto, ela colheu 26% da intenção de voto.
Barrar a Rede de Marina equivaleria a impedir a livre expressão eleitoral de um em cada quatro cidadãos aptos a votar.
O Solidariedade foi reconhecido a despeito de incontáveis denúncias de picaretagem na coleta de assinaturas.
A Rede, como divulgado, ainda carece do apoio de 52 mil eleitores para alcançar os 492 mil exigidos. Mas os cartórios recusaram 95 mil firmas pró-sigla de Marina sem justificar a atitude. E o partido em gestação questiona a negativa em aceitar outras 35 mil.
O aparato burocrático age contra um agrupamento em condições de lançar uma candidatura vigorosa ao Planalto. Se o Tribunal Superior Eleitoral vergar-se à operação tartaruga, apadrinhará a manobra que visa proibir milhões de brasileiros de escolher seu candidato preferido.
Há outros aspectos a considerar. Um partido tão pouco ágil na sua organização saberia comandar o Brasil? Nenhuma dessas dúvidas, contudo, elimina o fato central: é direito de Marina registrar sua Rede e por ela concorrer ao Planalto. Assinaturas suficientes foram encaminhadas aos cartórios, nos conformes da lei.
Caso contrário, o insólito se consagrará: o deputado Paulinho com o seu Solidariedade em campo, e Marina e a Rede barradas do jogo.