PM obrigou mulher a culpar traficante no caso Amarildo, denunciam testemunhas
Mário Magalhães
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Duas pessoas afirmaram quinta-feira à Polícia Civil que uma delas foi coagida pelo ex-comandante da UPP da Rocinha a prestar falso depoimento na investigação sobre o desaparecimento de Amarildo de Souza, cujo sumiço completa dois meses hoje.
De acordo com as testemunhas, o major Edson Santos teria obrigado uma mulher a dizer ao Ministério Público que o traficante de drogas Catatau teria matado ou ordenado a morte de Amarildo. Por ordem do oficial, ela também teria inventado que o pedreiro era vinculado ao tráfico.
A notícia saiu neste sábado em “O Globo”, na coluna de Ancelmo Gois, e como manchete de “O Dia”, numa reportagem de Adriana Cruz e Vania Cunha. A matéria das repórteres pode ser lida clicando aqui.
A Divisão de Homicídios informa investigar duas possibilidades: Amarildo teria sido assassinado por PMs da UPP, possivelmente sob tortura, ou por traficantes.
Na última vez em que foi visto, Amarildo estava sob custódia do Estado. Policiais militares o detiveram e levaram para a sede da UPP na Rocinha, então comandada pelo major Edson Santos. Os PMs asseguram que liberaram o pedreiro, mas não há uma única testemunha na favela que o tenha visto depois de supostamente ter deixado a unidade.