Sonho sonhado: e se Joaquim Barbosa disser para Celso de Mello que renuncia ao Supremo em caso de derrota?
Mário Magalhães
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Eu, que nem sei direito o que significa o palavrão em voga, os tais dos embargos infringentes, despertei sobressaltado com o sonho ou pesadelo, a depender da cachola do freguês. Antes que me interpelem, enfatizo que foi sonho sonhado.
Não, não acordei metamorfoseado numa barata, nem era ainda de manhã. Passou-se o seguinte no enredo da madrugada: contrariado com a iminência de redução de penas e prescrição de crimes no processo do mensalão, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, deixou o colega Celso de Mello numa sinuca de bico. Disse-lhe, num tête-à-tête: se o decano do tribunal desempatar para 6 a 5 a favor dos recursos, Joaquim renuncia na hora, atira a toga ao chão e denuncia que “a impunidade triunfou”.
Se, em seguida, o único ministro negro no Supremo lança a sua candidatura à Presidência da República, eu não sei, porque o sonho ou pesadelo veio sem esse capítulo.
Bem como ignoro qual foi a reação de Celso de Mello ao ouvir do colega a ameaça de abrir uma crise constitucional capaz de conflagrar o país.
É claro que isso jamais ocorreria _nem um se prestaria a chantagear, nem o outro aceitaria ser chantageado. Só se passou, como contraponto, nos delírios de quem foi dormir feliz com a vitória do Flamengo e embalou o sono nas nuvens de um honesto sauvignon blanc. E não tem ideia de como Celso de Mello decidirá o jogo renhido do tribunal.