Lei do tráfico proíbe candomblé em favelas e expulsa pais e filhos de santo
Mário Magalhães
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No Morro do Amor, na zona norte carioca, quem manda é a intolerância.
Há pelo menos meia década, não foram banidos “apenas” os terreiros do candomblé, mas toda a simbologia associada a religiões afro-brasileiras. Nem de branco, cor sagrada para muitos, às sextas-feiras, é permitido andar. Uma filha de santo deixou suas vestes de celebração à mostra no varal e se viu coagida a deixar a comunidade.
Essa e outras histórias tenebrosas foram contadas pelo repórter Rafael Soares, como se lê aqui. Os autores das proibições são alguns traficantes de drogas, convertidos a denominações religiosas evangélicas que perseguem o povo de santo.
Hoje o jornal “Extra” informa que o Ministério Público vai investigar o crime de intolerância religiosa.
Desde os tempos da escravidão as religiões de matriz africana são perseguidas. Mesmo na Constituição de 1946, marco da redemocratização do Brasil, permaneceram brechas para importunar a liberdade de culto.