Estripulias da história: dessa vez, Nixon bateu Kennedy
Mário Magalhães
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
Surpreendido por nuvens carregadas que o vento enfim começa a soprar para longe, não acompanhei o noticiário sobre o Fla x Flu, não assisti aos debates da TV, não li as análises na internet e nos jornais ou mesmo tive tempo de conversar com os amigos. Só consegui ver os 3 a 2 para o time do Mano, placar falso que escamoteia a imensa superioridade do vencedor, que poderia ter enfiado uma goleada.
Digo tudo isso para me desculpar pelo que suponho terem sido exaustivas menções à coincidência histórica que não resisto a registrar: mais de meio século depois do tête-à-tête televisivo, debate no qual John Kennedy jantou Richard Nixon e disparou rumo à Casa Branca, um Kennedy e um Nixon voltaram a se confrontar, dessa vez no futebol e com resultado contrário: o rubro-negro de Nixon engoliu o tricolor de Kennedy.
Em setembro de 1960, com inédita transmissão ao vivo para 70 milhões de norte-americanos, o democrata Kennedy debateu com o republicano Nixon, na campanha presidencial. O primeiro seria eleito e governaria até ser assassinado, em 1963. O segundo chegaria lá em 69 e renunciaria em 74, acossado pelo escândalo Watergate.
Pois agora dois moleques com os nomes deles despontam aqui no Rio. Sem me alongar, observo que o Kennedy é mais jovem e mais bem falado do que o Nixon. Tomara que vençam na vida.
É curioso que Kennedy não seja uma homenagem a John, mas, aparentemente, a um irmão mais moço do marido de Jacqueline que também seria morto a bala: Robert. O garoto do Flu se chama Roberth Kennedy, com “h” no fim do prenome.
Não sei se, como parece, Nixon é uma referência a quem imagino. Já ouvi que ele seria xará do pai, que por sua vez deve ter o nome que tem por causa do presidente que caiu no Watergate.
Mesmo sem certezas sobre os nomes, que foi engraçado foi. Ainda que os dois devam ter ficado juntos em campo por um ou dois minutos, depois de Kennedy entrar e antes de Nixon sair.