‘Estrelas’ do Flamengo têm jogado só com o nome
Mário Magalhães
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
Dos numerosos problemas do Flamengo, de regresso à zona de rebaixamento depois da derrota acachapante para o Bahia, um dos mais graves é que estão muito mal alguns dos jogadores de quem mais a torcida esperava.
Felipe voltou a falhar, no primeiro dos três gols do Bahia, cujo goleiro, Marcelo Lomba, é cria da Gávea e do Ninho do Urubu.
Léo Moura perdeu o fôlego em algum lugar do passado.
E Carlos Eduardo, a grande contratação do ano, exige doses de paciência que nem um monge shaolin, daqueles do seriado do Kung Fu, daria conta.
São “estrelas” com aspas porque a constelação rubro-negra brilha pouco, como se tem visto. Inclusive na vitória sobre o Vasco, com um futebol bem fraquinho, como eu anotara aqui.
Esses “astros” têm jogado só com o nome.
A campanha é tão ruim que até o empate dominical com o Botafogo foi festejado como título, embora o gol de Elias nos acréscimos do segundo tempo valesse mesmo celebração dele e seus companheiros.
Há outros boleiros que, por mais que mereçam respeito como atletas e cidadãos, não têm bola para estar no clube mais popular do país. Um é João Paulo, que logo perderá a vaga para André Santos. O outro é Paulinho. Para não falar de Diego Silva, um volante de escasso talento barrado ontem na Fonte Nova.
Marcelo Moreno, com empenho exemplar, quase não recebe lançamento. Quando a bola chegou até ele contra o tricolor baiano, acabou na trave.
Pior para o Mano, ele não tem como apelar para um redentor feito Juninho, que tem obrado milagres no Vasco.
Nem pode resolver seus problemas com o time se “reencontrando”, como é o caso do forte Fluminense campeão brasileiro. Essa equipe do Flamengo nunca se encontrou.
Quando a coisa ficou feia ontem, quem Mano colocou em campo? Bruninho e Fernandinho, muito “inho” para sonhar com o “ão” de campeão (mas pode terminar com o “ão” de segunda divisão).
E ainda há mistérios: por que Rafinha, o magrela driblador que emplacou nos tempos de Jorginho, caiu em desgraça?
A desqualificada arbitragem não foi responsável pela derrota, mas a combinação da fragilidade rubro-negra com a pujança tricolor.
O mais impressionante do Bahia é a intensidade do seu jogo, do começo ao fim. Marca sempre forte, busca velocidade e tem presença de área, com Fernandão infernizando os zagueiros. É quase inacreditável saber que, na essência, trata-se do mesmo elenco que acumulou vexames diante do Vitória pouco tempo atrás. Cristóvão transformou um bando desorganizado e desmoralizado em um time com espírito vencedor. Poderia ter triunfado ontem por mais de 3 a 0. A torcida do Bahia merece.