Prefeitura infla cálculo da multidão em Copacabana
Mário Magalhães
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
Parece que as manifestações de junho e julho não ensinaram à Prefeitura do Rio a lição de que as pessoas estão cansadas de engodos.
Trata-se de pura marquetagem, destinada a iludir incautos, o chute de que 3,2 milhões de peregrinos e curiosos compareceram domingo a Copacabana, para celebrar com o papa.
Foi bonita a festa, pá, ficou-se contente. Para que alardear a presença de um público que não havia? Certamente, o pontífice dispensaria tal fabulação. Ele mencionou os 3,2 milhões como o número divulgado pelos organizadores locais. Não tinha como contar os presentes.
Com método científico, o Datafolha estimou que, estourando, havia de 1 a 1,2 milhão na missa. A prefeitura não explicou os critérios empregados para avaliar a massa. Anos atrás, a cidade do Rio desenvolveu um método rigoroso, agora desprezado, para esse tipo de cálculo.
Com 4 quilômetros de extensão de praia, precisaria haver 80 mil fiéis a cada 100 metros, arredondando. Ocorre que quase todo o Leme estava vazio, bem como os trechos mais próximos ao posto 6. Em muitos outros, a concentração não era tão numerosa quanto perto do palco.
É muita gente 1 milhão, uma demonstração gigantesca do carisma do papa e do prestígio da Igreja. Não precisa exagerar, ligando o “chutômetro” no qual alguns ingênuos, inclusive colegas jornalistas, confiam.