Será que o Kleber é maluco?
Mário Magalhães
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
Confidência que talvez não seja a mais simpática, considerando os preceitos do jogo limpo: entre ter ou não ter, eis a nova questão, eu gostaria de ter o Kleber no meu time.
O jogador do Grêmio é violento desde sempre. O ex-árbitro José Roberto Wright, como tanta gente, acusa-o de desleal. O comentário foi feito a propósito da patada com que o atacante machucou o botafoguense Seedorf no domingo.
Ao ver pela TV a jogada, ocorreu-me a hipótese de que Kleber não seja apenas truculento, atitude que decorre da garra sem noção dos limites consagrados pela esportividade. Porque sua dividida com o holandês parecia resultar de um curto-circuito cerebral em que ele perdera o juízo sobre o certo e o errado.
Costuma ser assim. Kleber luta, batalha, entusiasma com sua aplicação. Dá a impressão de administrar a ira, no embate com marcadores duros. De repente, como se o fio desencapado encostasse em outro, perde o controle e agride.
Ao contrário de Lucas, que sofreu fratura numa entrada de Zé Roberto, Seedorf teve imensa sorte de não sair de campo direto para o hospital.
Kleber aparenta não ser apenas esquentado, aquele garoto que nunca chega ao fim da pelada sem sair no tapa. Parece descontrolado.
Como disse, eu o queria no meu time, a despeito de julgar exagerada a badalação em torno dele. É bom jogador, não um craque.