Se a Copa fosse hoje, Victor merecia convocação no lugar de Cavalieri
Mário Magalhães
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
Aconselha-se bater três vezes na madeira antes de um elogio como este, para não secar o elogiado (portanto, toc-toc-toc): se a Copa do Mundo fosse hoje, seria mais justo convocar Victor, e não Cavalieri, para fazer companhia a Júlio César e Jefferson no trio de goleiros da seleção.
Na conquista da Copa das Confederações, o jogador do Fluminense foi o eleito. Felipão preteriu o arqueiro do Atlético-MG, que viu o torneio pela TV. Cavalieri tinha méritos para ser escolhido: foi excepcional na campanha do título brasileiro pelo tricolor em 2012.
Mas as coisas mudaram. Ainda antes da competição recém-encerrada, Cavalieri tinha falhado gravemente na eliminação do Flu na Libertadores, na partida contra o Olimpia no Defensores del Chaco. Acontece.
Mas ele continuou a falhar depois da retomada do campeonato nacional. No sábado, engoliu um peru em gol olímpico. Lembrou o tropeço em Assunção: mal posicionamento, trapalhada na bola alta, engano em tempo de bola. Será deficiência em fundamento? Fragilidade ótica diante da iluminação artificial dos estádios? Outro problema de vista? Ou incômodo com as fotos sensuais da mulher em um ensaio? Cada qual com a sua cabeça, vai saber…
O certo mesmo é que Cavalieri está errando demais para um goleiro de seleção.
Por seu lado, Victor revive seus áureos tempos no Grêmio e vai além, fechando o gol e levando o Galo à primeira final de Libertadores. Ele já havia defendido o Brasil, antes de perder a vaga. Pela fase espetacular, transmite a segurança imprescindível para defender a seleção.
Como o Mundial não é hoje, há tempo para assistir à evolução dos goleiros. Felipão pode tanto privilegiar o critério técnico, em que Victor está à frente, quanto prestigiar quem esteve na Copa das Confederações, e então Cavalieri levaria a melhor.
Se Victor seguir na atual forma, seria uma enorme injustiça não ser convocado em 2014.
Toc-toc-toc.