Acordo secreto entre Maracanã e Flamengo sugere que consórcio fez o Fluminense de bobo
Mário Magalhães
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
Recapitulando.
Na sexta-feira, eu publiquei aqui o post “Torcida do Flamengo, que bancou o Maracanã, fará papel de trouxa se o clube for barrado”.
Logo soubemos, no blog do Rodrigo Mattos, que o rubro-negro e o consórcio Maracanã fecharam um acordo para o uso do estádio até o fim do ano. O time volta ao Maraca no dia 28, no clássico contra o Botafogo.
Estranhamente, os termos do contrato foram mantidos em sigilo.
O colunista Renato Maurício Prado divulgou que o Flamengo terá direito a compartilhar toda a renda com o consórcio encabeçado pela Odebrecht: 50% para cada um.
O colega Mauro Cezar Pereira condenou o segredo sobre o contrato, em um artigo certeiro. “A ‘Nação’ merece uma bela explicação”, cobrou.
Como já havia sido anunciado com pompa, o Fluminense acertou um compromisso de 35 anos com os gestores do Maracanã. A agremiação terá direito à renda de 43 mil cadeiras atrás dos gols. Mais baratos, esses bilhetes correspondem a menos da metade da renda.
Ou seja, o Flu aceitou valores abaixo dos arrancados pelo Fla. O mais curioso é que a longevidade do acordo exigiria condições melhores, assim funciona o mercado. Ocorreu o contrário.
As cláusulas confidenciais podem conter determinações nefastas ao Flamengo, por isso permanecem escondidas.
Mas também podem garantir vantagens ainda maiores, na comparação com o Fluminense.
É um escândalo um concessionário do Estado não revelar os termos da exploração do bem público.
Trata-se de direito do torcedor do Flamengo saber o que decidiram. Se o clube não tiver direito à arrecadação com certos assentos, os rubro-negros podem preferir lugares que beneficiem os cofres de sua equipe.
De tudo o que se sabe até agora, parece que quem se deu mesmo mal foi o Fluminense, topando o que o consórcio propôs.
O Flamengo bateu pé, aparentando ter se dado melhor.
Assim que se jogar luz no contrato nebuloso, será possível saber com certeza quem levou a pior.