Milton se cobre com bandeira do Brasil, veste camisa dos 20 centavos, canta que sonhos não envelhecem e é ovacionado no Rio
Mário Magalhães
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O show de Milton Nascimento no sábado, repleto de clássicos das décadas de 1970 e 80, pareceu uma crônica sobre o país das últimas semanas. O espetáculo faz parte da turnê que celebra os 40 anos do disco “Clube da Esquina”, de 1972. Milton compartilhou o palco do Vivo Rio com uma banda de cinco músicos e os convidados Lô Borges e Wagner Tiso.
Já no início, dando o tom da noite, o artista se cobriu com uma bandeira do Brasil. Para o bis, voltou vestido com uma camisa com a inscrição “R$ 0,20”, evocando o movimento que revogou os aumentos das passagens dos transportes públicos.
Com Lô, cantou “Clube da Esquina nº 2”, canção com a profissão de fé “sonhos não envelhecem”. Quando o público ouviu o verso “Em meio a tantos gases lacrimogêneos ficam calmos, calmos, calmos”, uma ovação sacudiu a casa de espetáculos.
Já no bis, com Wagner ao piano, Milton interpretou “Coração de estudante”. Aos 70 anos, o mineiro nascido no Rio comoveu: “Mas renova-se a esperança/ Nova aurora a cada dia/ E há que se cuidar do broto/ Pra que a vida nos dê flor e o fruto”.
Fechando a noite, todos juntos atacaram com “Para Lennon e McCartney”. Até agora ecoa nos tímpanos que “todo dia é dia de viver”.